Em um contexto de Renascimento na Europa, René Descartes buscou afastar-se da filosofia antiga e do seu mundo de contemplação em busca da racionalidade e de uma verdade incontestável. O objetivo do filósofo francês nada mais era do que controlar a natureza e colocá-la a disposição do homem. Para isso, desconfiou dos conhecimentos por meio de costumes, crenças e hábitos, julgando-os impróprios para se conhecer a verdade.
Considerando serem todos os homens dotados de razão, “o pai do racionalismo moderno” notou que a diferença entre os pensamentos dos indivíduos referia-se em como seus raciocínios eram conduzidos. Baseado nisso, elaborou seu método: duvidar de tudo; fragmentar os problemas no maior número de partes possíveis; organizá-las em ordem de complexidade e por fim, fazer revisões gerais e relações metódicas para que nada fosse omitido. Em síntese, o racionalismo cartesiano propõe a existência de um “gênio maligno” – presente em cada homem - que a todo o momento duvida de toda a informação obtida, a fim de julgá-la por meio único e exclusivo da razão. No entanto, vale ressaltar a crítica feita por Immanuel Kant sobre a existência de uma razão limitada pela experiência, em contrapartida a uma razão ilimitada proposta por René.
Ao criticar o senso comum, o autor do “Discurso do Método” pretende mostrar que todos são capazes de adquirir profundidade na intelecção e conceber a verdade, basta o uso da razão de forma correta. O tema proposto pelo autor deve ser considerado atual, uma vez que, em um contexto pragmático, os indivíduos não possuem tempo suficiente para dedicar-se a desconstrução de suas convicções e na organização de seus pensamentos e acabam por fazer juízos sem reflexões, o que enlouqueceria Descartes, se este fosse vivo. Percebe-se também, a presença hodierna nas críticas feitas à escolástica, já que nota-se nos meios religiosos atuais - igrejas, templos e assembleias - a existência de publicações excessivas e despropositadas; jargões que impedem a reflexão e autoridades que se acham proprietárias do conhecimento, contribuindo para fortalecer o senso comum.
Diante disso, conclui-se que a importância de sua filosofia está sintetizada em adquirir um conhecimento seguro, fugir do lugar-comum e buscar verdades indubitáveis. Na prática atual, seu método contribui para tornar os indivíduos mais críticos, incentivar a pesquisa e evoluir a ciência. Ainda que Descartes fosse contestado tempos depois, é inegável que ele revolucionou a ciência da época e trouxe relevantes contribuições.
Leonardo Borges - Direito noturno (1ºano)
Leonardo Borges - Direito noturno (1ºano)
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