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domingo, 19 de abril de 2015

Descartes e o pensamento econômico contemporâneo

As reflexões presentes nos prólogos de alguns dos livros de Descartes, essas compiladas no seu livro “O Discurso Sobre o Método”, ajudaram a moldar todo o pensamento científico e filosófico posterior, inclusive servindo de inspiração para o método científico de Galileu. Pode-se considerar que esse método explicitado por Descartes, tal qual levava a dúvida permanente e metódica sobre tudo que abrange determinado conhecimento, sempre veio a tocar o pensamento econômico de forma mais pertinente, já que tal área do conhecimento não se define nem como ciência humana, nem como ciência exata.
Por se tratar justamente dessa convergência entre ciências, falta no decorrer da história do pensamento econômico uma espécie de racionalismo científico, uma indagação sistemática sobre as “verdades” e dogmas, ficando esse pensamento muito fadado a interpretações manchadas pelo pensamento ideológico vigente. Tais manchas são explicitadas quando se considera o pensamento científico por trás do chamado Neoliberalismo, que começou a se espalhar na década de 80 sob o pretexto da “falência” dos estados de bem-estar social.
Por se tornar aceito como um senso comum indiscutível no contexto internacional, o Neoliberalismo, ou mesmo “Reaganomics”, passou a ditar todo o pensamento econômico na virada do século. O fato de pertencer a uma teoria de cunho anacrônico e sem muito embasamento científico, levou à uma equivocada desregulamentação do mercado, resultando na segunda maior crise econômica da história em 2008, a qual ainda muitos países lutam para superar. Se as equipes econômicas de Reagan e Tatcher tivessem seguido um modelo estritamente científico e cartesiano, e menos manchado pelo contexto ideológico de fins da guerra fria, talvez tal crise não tivesse ocorrido, ou talvez tivesse sido mais branda.
Túlio Tito Borges – 1o Ano de Direito Diurno

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