O modo como o cérebro interpreta as imagens registradas por nossos olhos é realmente incrível. Porém, nem sempre devemos confiar nessa interpretação.
O conhecimento empírico não é totalmente desprovido de valor, pois se baseia em certa experiência. Entretanto, pode nos levar a criar pré-conceitos quando possuímos um conhecimento raso sobre determinada questão.
Em sua obra O Discurso do Método, René Descartes questiona a validade do conhecimento empírico: "aprendi a não acreditar com demasiada convicção em nada do que me havia sido inculcado só pelo exemplo e pelo hábito; e, dessa maneira, pouco a pouco, livrei-me de muitos enganos que ofuscam a nossa razão e nos tornar menos capazes de ouvir a razão".
A razão científica busca sempre mais detalhes. Desse modo, Descartes propõe a fragmentação do objeto de estudo, partindo de uma micro para uma macro perspectiva, como forma de melhor solucionar as dificuldades.
Datada de 1637, sua obra se relaciona à um tema muito recorrente na atualidade: o preconceito. Racismo, xenofobia, transfobia, misoginia, homofobia, lesbofobia: tais termos expressam o ódio e a intolerância ao que é diferente e se tornaram muito comuns por permearem diversos debates, principalmente nas mídias sociais.
Descartes acreditava que deveríamos conhecer a cultura dos diferentes povos. Assim, seria possível julgar nossos próprios hábitos de forma mais justa e quebrar a concepção de que o que foge aos nossos costumes é "ridículo e contrário à razão". Essa forma de lidar com a diversidade se mostra extremamente necessária em nossa realidade quanto mundo plural para que discursos de ódio não sejam mais comuns.
Isabela Ferreira Sastre
1º ano Direito Diurno
Introdução à Sociologia - Aula 2
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