Foi graças ao trabalho de Francis Bacon que o empirismo, que defende a experiência como principal (ou única) criadora de ideias, começou a se delinear da maneira como conhecemos hoje. Para ele, era necessário, entretanto, sistematizar e corrigir o método utilizado pelos empiristas anteriores, determinando o alcance exato dos sentidos e rejeitando, na maioria das vezes, o trabalho da mente. Era preciso também, antes de tudo, realizar uma cura da mente, sendo esta regulada por instrumentos e recursos auxiliares, tornando o trabalho intelectual melhor e mais correto.
Outro ponto interessante é que Bacon critica certos tipos de ciências, argumentando que tudo o que possuímos de científico nada mais são que combinações de descobertas anteriores, não constituindo nada de novo em sua essência, o que pode ser uma afirmação controversa se analisada nos dias de hoje, pois certamente desde a sua época o mundo foi inundado por teorias e descobertas inovadoras que causaram impacto no modo de vida das pessoas. Ele propõe então dois caminhos: um destinado ao cultivo das ciências e outro destinado à descoberta científica. O primeiro corresponde à "Antecipação da Mente", a base para o senso comum, acatado pela maioria dos homens, que considera como verdade o que prefere e atenta apenas aos acontecimentos positivos, além de rapidamente conduzir à fantasia. O outro corresponde à "Interpretação da Natureza", para aqueles que desejam ir além do que já existe e que se traduz na inovação e na experimentação sem limites.
Na verdade, podemos facilmente constatar que os sentidos sozinhos e sem o auxílio de outro tipo de trabalho são enganadores e duvidosos, e Bacon, tendo consciência disso, defende a realização de experimentos adequados e sistemáticos. Generalidades poderiam ser determinadas somente quando os experimentos tivessem produzido dados suficientes e então se chegaria aos axiomas mais gerais de todos, através do raciocínio indutivo. É importante ressaltar, por fim, que Bacon deu sua maior contribuição para o avanço do conhecimento na obra "Novum Organum", através do método experimental e da criação de um novo naturalismo.
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