Fazer uma crítica à filosofia tradicional grega é um ato surpreendente, já que ela tem um enorme status intelectual ao seu entorno, mas é exatamente isso o que Francis Bacon fez a quase quatro séculos em sua obra Novum Organum (Novo Instrumento). Esse filósofo inglês da Idade Moderna afirma que aquela filosofia não serve ao bem-estar social do homem, não sendo, portanto, uma forma verdadeira de ciência, mas um mero conhecimento contemplativo.
Há inúmeras outras proposições e críticas feitas por Bacon nessa sua obra que nos ajuda a entender o curso filosófico ao longo da história ocidental, mais precisamente entre os pensadores antigos e modernos. Como por exemplo, a necessidade de se impor limites ao labor da mente (que é ela se guiar por si mesma), uma vez que, segundo o autor, existem dois métodos para a ciência: o já citado Cultivo das Ciências (antecipação/ contemplação da mente), usado pelos gregos e pelo senso comum; e a Descoberta Científica (interpretação da natureza), que é exaustivamente defendida e usada por Bacon e se opõe àquele labor.
Esse segundo método da ciência tem como fonte a idéia de que o homem é facilmente influenciável e, consequentemente, é enganado por meios internos e externos. Isso está sintetizado na notável proposição dos Ídolos, que são justamente aquelas falsas percepções humanas do mundo. Segundo Bacon, somente a experiência e a experimentação possibilitam ao homem descobrir a verdade por trás de sua vida e, assim, de seu universo.
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