Este é um espaço para as discussões da disciplina de Sociologia Geral e Jurídica do curso de Direito da UNESP/Franca. É um espaço dedicado à iniciação à "ciência da sociedade". Os textos e visões de mundo aqui presentes não representam a opinião do professor da disciplina e coordenador do blog. Refletem, com efeito, a diversidade de opiniões que devem caracterizar o "fazer científico" e a Universidade. (Coordenação: Prof. Dr. Agnaldo de Sousa Barbosa)
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domingo, 3 de abril de 2011
O Advento da Ciência Moderna
Em meio à efervescência cultural de ideias da sua época, Francis Bacon desponta como o "fundador da ciência moderna". Seu apogeu se dá com a obra "Novum Organum", sobre a qual aqui discorremos. Nela, nos é apresentada uma ciência voltada para o desenvolvimento gradativo do saber, tendo em vista as inovações, que surgem a partir da combinação de diversos conhecimentos. Em confronto com o chamado "cultivo das ciências", típico da filosofia tradicional, o autor assume a defesa da "descoberta científica". Se aquela constituía-se por tagarelices especulativas que se perdiam no vácuo, não raro resultando em não mais do que dúvidas disfarçadas de conclusões, essa interpreta a natureza de forma lúcida. Lucidez. Essa é a característica da ciência proposta pelo barão de Verulam. Tal qualidade radica na experimentação. Essa deve ser utilizada para desvendar a natureza. Mas não só isso. Para que as descobertas possam ser entendidas como verdadeiras, é necessária a supressão da tendência fantasiosa do pensamento humano, pois essa é a causa da corrupção na busca de razões quando se quer comprovar algo. Essas não devem ser produzidas, mas descobertas através da experimentação. As luzes da ciência acendem-se quando esgotadas as chamas da fantasia. Cumpre notar que os chamados ídolos tem papel categórico na formação das fantasias, pois que são paradigmas gerados pela formação. Assim, influenciam os pensamentos. Conclui-se que uma das chaves para aplicar-se a ciência de Bacon é desenvolver uma auto-consciência muitíssimo aguçada, pois é necessário desenvolver uma capacidade imparcial de pensar acerca dos próprios pensamentos. Enfim, nessa linha, a mente humana parece ter de se tornar algo como uma lupa, através da qual se enxerga verdades que antes eram omissas e, até por isso, poderiam ter sido tidas como inverdades.
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