No século XIX temos a formação da sociedade industrial da época, criticada fortemente por Marx pela formação de uma nova ordem social que menospreza a dignidade humana que é intrínseca a todo ser humano.
Para Marx, a mudança deve ocorrer de
forma radical para que essa sociedade acabe e surja algo melhor. Através do socialismo científico, ele aponta
como funciona a sociedade capitalista e quais são as leis que regem as relações
sociais, tendo base para agir sobre a sociedade do capital e onde deve ser mudada
para que haja a transformação.
A sua base vem de Hegel, verificando
através da sua história determinista, mas mudando a ordem de sua filosofia: Não
é a consciência que cria o nosso ser histórico e define o nosso modo de viver,
mas sim, é o modo de viver no mundo que cria a consciência, sendo a matéria que
cria a ideia. Sendo assim, a realidade é o processo dialético. E o mesmo é
definido pela luta de classes, que move a história que é baseada pelo
determinismo econômico.
Marx trás um ponto favorecido a Adam
Smith, quando o mesmo diz que a especialização forma uma classe social, já que
em uma sociedade capitalista, nós buscamos a capacitação através da
especialização para o mercado de trabalho, satisfazendo os nossos interesses e
ofertando nossos serviços ou produtos. Segundo Marx, quando nos especializamos,
encontramos outras pessoas que se reconhecem como semelhantes por conta do
mesmo modo de se apresentar ao mercado, compartilhando por fim, os mesmos
interesses até mesmo conflitantes, formando as outras classes sociais. Esses interesses conflitantes se tornam o
motor para a mudança social.
Há duas classes sociais em conflito: a
do proletariado (classe dominada) e a classe dos burgueses (dominadora).
Esse conflito entre essas duas classes
nos mostra como os valores burgueses influenciam e unem as pessoas por
interesses próprios. Quando chegamos a um ponto de que o mercado define o valor
que possuímos, a dignidade do individuo e da classe trabalhadora – sem ter o
material para a troca – acaba delimitando a sociedade no seu campo econômico e
ideológico que se submete ao acúmulo e é sustentado pelo trabalho individual do
enriquecimento - ou não - do individuo, partindo da ideologia do mérito
pessoal.
Vemos hoje,
uma linha de coachs com promessas
rasas que exemplificam perfeitamente o campo ideológico do individuo. O coach é
o profissional que ajuda uma pessoa, por meio de orientação, conselhos e
treinamento a atingir um objetivo pessoal ou profissional. É esta necessidade
de sempre buscar algo e ser útil para conseguir se integrar e garantir uma
saúde mental estável, pois você está simplesmente produzindo. A obra
Modernidade Líquida de Zygmunt Bauman,
trás outros conceitos: “O velho limite sagrado entre o horário de trabalho e o
tempo pessoal desapareceu. Estamos permanentemente disponíveis, sempre no posto
de trabalho”.
“As desigualdades sempre existiram, mas de vários séculos para cá se
acreditou que a educação podia restabelecer a igualdade de oportunidades.
Agora, 51% dos jovens diplomados estão desempregados e aqueles que têm trabalho
têm empregos muito abaixo das suas qualificações. As grandes mudanças na
história nunca vieram dos pobres, mas da frustração das pessoas com grandes
expectativas que nunca se cumpriram”.
O séc XXI é auto-explicativo para o materialismo de Marx. Nunca foi utópico, sempre foi fato.
Turma XXXVIII - Matutino
Érica Caroline Olivio
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