O
mundo está muito cansativo. A vida é corrida, maçante, penosa, exaustiva,
liquida; é vazia. A cada dia fica mais difícil produzir, trabalhar sem
procrastinar, ver as obrigações do dia e não se sentir apático, não ficar sem
chão.
É
difícil não ficar preso no youtube, no instagram ou no tiktok vendo coisas sem
sentido. É difícil fugir dessa linha de consumo. É difícil não rolar para cima.
É difícil resistir à tentação de descobrir o que acontece no próximo episódio.
É difícil ficar satisfeito com o que tem agora. É difícil aceitar que o que vem
depois não é o fim.
Nada
acaba, sempre tem mais, e você tem que correr, tem que acompanhar o que
acontece no mundo, no mundo todo, porque você não quer ser o único desinformado.
Tem que ser veloz, tem que ver no “2x”.
São
as notícias do dia os trabalhos da faculdade a segunda temporada da série que
todo mundo está comentando e você não consegue um emprego não se esforça o
bastante tem toda essa pressão e no fim do dia você já nem tem mais fôlego para
continuar.
Mas
você não pode parar, porque a vida não é sua. Você é um produto, existe para
ser explorado. Você não é nada se não um escravo do sistema, seu trabalho não é
para você, os seus frutos estão servidos na mesa de algum multimilionário que
não te enxerga como pessoa. Você é um número.
Na
fábrica, é o funcionário X. Na internet o viewer Y, que deu o like
Z e favoritou o vídeo do youtuber genérico A, que se parece muito
com o B, não porque ele quer, mas porque é preciso gerar engajamento, é como o algoritmo α decidiu que deveria ser.
O mundo está muito cansativo. Até pensar a
realidade é cansativo, é melhor se manter alienado, afastado do que acontece
conosco. Não é como se fosse mudar alguma coisa mesmo, nos usam como massa
desde que nascemos, nunca tivemos poder sobre nós mesmos. Enquanto isso,
esperamos uma revolução que alguém iniciará, não nós, porque nós... quem somos
nós?
Rodrigo
Beloti de Morais
1º Ano – Noturno.
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