“Sentou pra descansar como se fosse sábado
Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe
Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago
Dançou e gargalhou como se ouvisse música
E tropeçou no céu como se fosse um bêbado
E flutuou no ar como se fosse um pássaro
E se acabou no chão feito um pacote flácido
Agonizou no meio do passeio público
Morreu na contramão, atrapalhando o tráfego”
Chico Buarque conta nessa canção, a história de mais um trabalhador brasileiro, vítima de uma sociedade capitalista, explorado e invisível para as autoridades, sem seus direitos respeitados, que trabalha muito e recebe pouco. Esse mesmo trabalhador se acidenta durante o trabalho que não tem segurança suficiente para proteger seus funcionários de possíveis acidentes, e como é exposto na música, ele agoniza no meio fio, depois, morto e ignorado (apenas mais um trabalhador, um “zé ninguém”) impede a passagem, um homem sem acesso às leis trabalhistas, sem o direito como ser humano de ser socorrido e sepultado, considerado pela sociedade apenas um obstáculo. Apenas um trabalhador atrapalhando os demais. Essa é a realidade contemporânea.
Maíra Janis de Sousa - 1º ANO MATUTINO
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