Total de visualizações de página (desde out/2009)

segunda-feira, 23 de agosto de 2021

"Made in ..."

 

Sennet traz em sua obra alguns apontamentos do ponto de vista marxista sobre o capitalismo e como ele é aplicado na atualidade.

Em primeira análise, o autor versa sobre o caráter global do capitalismo. Segundo ele, com as evoluções do modo de se organizar e comunicar, o isolamento entre as sociedades está deixando de existir e o capitalismo “entrou em cena”, exercendo suas relações de exploração entre os países

Outro apontamento atualíssimo que o autor traz versa sobre a “liquidez” na carreira profissional. De acordo com a obra, “Um jovem americano com pelo menos dois anos de faculdade pode esperar mudar de emprego pelo menos onze vezes no curso do trabalho, e trocar sua aptidão básica pelo menos outras três durante os quarenta anos de trabalho”. Por exemplo, hoje em dia, não é incomum que engenheiros químicos sejam empregados em bancos ou em consultoria de empresas.  A velocidade da mudança das necessidades do mercado é maior do que se leva para se especializar em determinada área. Junto a esta velocidade se dá também a precarização do mercado de trabalho, onde uma graduação muitas das vezes já não é o suficiente e a legislação trabalhista é por muitas das vezes desrespeitada. No Brasil, este desrespeito é evidente na vultuosa quantidade de processos trabalhistas que o país concentra perante o restante do mundo, cerca de 98% processos.

Ademais, na contemporaneidade, com a intensificação da globalização, as relações de produção ficaram ainda mais competitivas. As grandes empresas que fabricavam em seu países-sede transferiram suas indústrias para locais onde a legislação trabalhista era mais fraca, a legislação ambiental era ineficaz e os tributos a serem pagos eram menores, ou seja, em países de terceiro mundo. Por exemplo, a explosão de produtos “made in”, como por exemplo a fabricante de produtos esportivos Nike, que disponibiliza à venda os seus tênis com as etiquetas marcadas pelo famoso “Made in Vietnam”. Não por acaso, esta empresa é, indiretamente, a maior empregadora do país, com cerca de 160 mil postos de trabalho. Pode-se entender então que as grandes transnacionais dos países desenvolvidos lucram com a fragilidade dos países subdesenvolvidos. Outra característica do capitalismo atual é a cada vez mais comum abertura de IPO’s pelas grandes empresas, em outras palavras, a financeirização. Pode-se entender então que as 

Por fim, Sennet versa sobre o que seria necessário para superar o capitalismo hodierno. Segundo ele, para uma revolução, seria necessário a comoção da força produtiva juntamente com a massa revolucionária, visando superar as condições do “establishment” como um todo.


Matheus Oliveira de Carvalho, 1º semestre, Direito, Noturno.

Nenhum comentário:

Postar um comentário