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segunda-feira, 20 de abril de 2020

Os "ídolos" do mundo pós-moderno

 Apesar dos avanços ocorridos nos últimos vinte anos no que concerne à ciência e ao desenvolvimento, que se deram de forma rápida quando comparados, por exemplo, aos duzentos anos antecessores, ainda existe descrédito por parte de algumas pessoas em relação àquilo que já foi comprovado através de pesquisas e experimentos, e que, pelo menos até o momento, não foi derrubado por estudos que digam o contrário e apresentem fundamento.
 Podem ser tidos como motivos desta desconfiança a alienação, que leva os indivíduos a agirem sem a racionalidade crítica, e a manipulação, instrumento utilizado pelos mais poderosos para exercer dominação e, ao evitar questionamentos por parte do povo, terem uma forma de se perpetuar em tal posição de privilégios.
 Ademais, neste texto gostaria de focar em um conceito específico da obra de Francis Bacon, e que, com a devidas adaptações, serve para ilustrar a realidade atual, principalmente no Brasil.
 Bacon, filósofo que tinha como base de sua tese a experimentalidade ao considerar a racionalidade e a natureza, apresentou como justificativa para o conhecimento desprovido de valor real a existência dos "Ídolos", modelos sociais que levam o ator social a um raciocínio equivocado e o direcionam paralelamente ao que realmente apresenta fundamento científico, e que podem ser classificados de quatro formas distintas dependendo de seu "meio de atuação".
 Na atualidade, o que pode ser observado, é a existência de pessoas que se julgam autoridades para tratar de determinados assuntos, mas que, na verdade, não dominam uma mínima parcela destes e rejeitam qualquer evidência cientificamente comprovada.  Tais homens podem ser comparados aos "Ídolos" de Bacon, na medida em que, quando em posições de visibilidade, podem se tornar obstáculos para a verdadeira racionalidade e ocasionar consequências graves.
 Um exemplo desses casos é o do próprio presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, ao ir contra todas as medidas indicadas para a contenção da disseminação do COVID-19, de modo a contrariar pesquisas realizadas em âmbito mundial por pessoas devidamente capacitadas, e ao desmerecer a gravidade do vírus, comparando-o a uma simples "gripezinha". Esta ação fez com que muito cidadãos desrespeitassem as normas de isolamento social, por exemplo, o que agrava o número de casos em território nacional e torna o cenário pessimista.
 É importante manter-se atento, buscar sempre conhecimentos com procedência comprovada e ter em conta o pensamento crítico, de modo a munir-se contra estes "Ídolos", de modo que eles progressivamente percam seu prestígio e, então, deixem de colocar em risco o conhecimento real e, como no caso citado, a vida dos considerados vulneráveis. Assim, a sociedade pode caminhar para um mundo com menos julgamentos e com maior interesse pelo desenvolvimento e pela busca pelo saber intrínseco, longe de "falsos profetas".

Maria Paula Castro Gonzaga
Primeiro Ano- Matutino

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