São tempos difíceis. Em pleno Século da Informação, em
meio a uma pandemia, a ciência vê-se em descrédito; tal contexto é intrigante,
visto que a sociedade tem acesso a todo tipo de informação, mas escolhe seguir
pelo caminho de achismos, sendo regada a desinformação diariamente. Importante
salientar que não apenas cidadãos comuns têm o sentimento de negacionismo,
sendo esse também encontrado em representações políticas.
Em uma democracia
é de extrema importância que haja lados contrários dialogando, pois assim
constrói-se mais conhecimento, mas no momento em que estamos é inadmissível que
se conteste a ciência com os argumentos que estão sendo utilizados – I. A cura
já existe, a estão escondendo para que laboratórios lucrem; II. O vírus foi
produzido em laboratório para matar a população e enfraquecer o messias do
Brasil; III. O vírus não existe, é tudo manipulação da mídia; IV. Coronavírus
não passa de uma ‘gripezinha’; entre outros. Apenas a ciência, aliada aos
pesquisadores, conseguirá reverter este quadro caótico instaurado no mundo, apenas
resta que as pessoas entendam que o achismo que carregam consigo não levará a
nada, além disso, melhor pecar por excesso de precaução, ao invés de lamentar
futuramente por tantas perdas – em defesa da economia.
Como já citado,
este pensamento negacionista é encontrado em representações políticas, como
pode-se citar o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, que vai contra as
recomendações da Organização Mundial da Saúde, além de a cada pronunciamento dar
um show de desinformação; e o problema agrava-se pelo cargo que ocupa, então
decisões por ele tomadas afetam toda a população, como por exemplo demitir o
ministro da saúde em meio à pandemia ou argumentar – em todas as oportunidades
– que o isolamento horizontal vai quebrar a economia... São situações assim que
deixam claro o quanto a desinformação é preocupante e leva ao declínio da
sociedade.
Assim, a ciência
estar em tamanho descrédito, em meio ao problema que passamos, é um infeliz
fato. “Que tempos são esses em que temos que defender o óbvio?” indagaria o
poeta e dramaturgo alemão Bertolt Brecht (1898-1956), que mesmo tendo dito isso
no século passado, tal fala se encaixaria perfeitamente nos dia de hoje. Por
que acreditar em conspirações se do lado oposto estão os pesquisadores, a ciência
e os dados científicos? Pois é, tempos de defender o óbvio: somente os estudos
nos tirarão dessa maré ruim, a ciência deve ser valorizada e não se refuta
estudo científico com opinião.
Ana Paula R. Nalin - Direito Noturno - 1° ano.
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