Nos últimos anos o Brasil tem passado por uma polarização da sociedade, que contribui com a propagação de fake News, que se espalham de modo extremamente rápido, além de contribuir com o aumento significativo de conspirações e pensamentos fundamentados em pouca e até nenhuma racionalidade.
Esse cenário, interfere diretamente na credibilidade da ciência no país, toda a produção científica passa a ser questionada por causa de divergências religiosas e interesses políticos da população, tal fator é intensificado quando pessoas com alta visibilidade social e influentes, como o presidente de um país por exemplo, corroboram com a narrativa de que a ciência não possui credibilidade e deve ser questionada de maneiras irracionais. Essa desconfiança na ciência fica ainda mais evidente ao analisar a pesquisa “Wellcome Global Monitor 2018” que aponta que 35% dos brasileiros não confiam na ciência e ainda afirmam que priorizam a religião em detrimento da ciência.
Em momentos de crise, como este de pandemia, pelo qual o mundo passa atualmente, aumenta ainda mais a disparidade entre as pessoas que acreditam na ciência e as que não acreditam. Porém, não acreditar na ciência e não seguir as normas da Organização Mundial da Saúde nesse momento significa colaborar com a proliferação do vírus, superlotação hospitalar, entre outros prejuízos causados pela disseminação de fake News, como por exemplo, as pessoas que sofrem de lúpus e ficaram sem medicação e profissionais da área da saúde que foram ameaçados após um boato de que cloroquina era capaz de curar a COVID-19.
Portanto, a maior dificuldade no momento é fazer com que as pessoas entendam que possuem o direito de descordar da ciência, direito de expressão e de ir e vir, previstos no artigo 5 da Constituição Federal, porém é importante ter em mente que esses direitos só são válidos quando não colocam em risco a integridade e nesse caso a saúde de outras pessoas.
Nesse sentido, é completamente válida a proibição da locomoção e circulação excessiva da população e o fechamento de determinados estabelecimentos, tendo em vista que são medidas fundamentadas em prol do bem estar social e uma exceção, levando em consideração a pandemia pela qual mundo passa na atualidade.
Milena dos Santos Camargo- 1° ano noturno
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