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domingo, 8 de março de 2020

Será que realmente estamos retornando ao obscurantismo? 

Você se assusta ao notar que os noticiários comumente têm veiculado declarações de servidores do alto escalão da administração pública que relativizam, distanciam e até mesmo negam a existência de determinado fato já comprovado cientificamente? Que essas declarações se baseiam, principalmente, em crendices populares, preceitos religiosos, discurso de ódio e afins. E que, ainda pior, é endossada por diversos seguires em redes sociais?
Há de se pensar que estamos em crise, retornando para a idade média, sobrepondo a fé à razão, experiência, pesquisa e ao método cientifico. Tal método que, orientado pela razão, deveria superar a superstição e o mágico na construção do conhecimento.  
Porém, se submetermos essas mesmas convicções e pré-noções ao método cientifico e à experiência, ou seja, analisar nosso meio, podemos vislumbrar algo que, segundo Steve Pinker, professor e pesquisador da Universidade de Harvard, é chamado de “renascimento do Iluminismo”.
Esta é a ideia que Steve sustenta no seu livro intitulado de Um Novo Iluminismo. Para ele, o mundo nunca esteve melhor. A curva da história do mundo demonstra decréscimo no número de mortes em guerras, melhora nos índices de alfabetização, pobreza e bem-estar humano, mesmo que singelamente ao longo das décadas.
Ocorre que, diante do fluxo de informação grandioso que a sociedade está exposta, uma declaração anticientífica pode ser desferida por alguma figura pública e em questão de minutos estar sendo bombardeava nas redes sociais, tanto por apoiadores quanto opositores. Nos dois grupos é notável a propagação de ideias pré-concebidas, que não passam por qualquer questionamento ou, muito menos, um método cientifico, carregadas de sentimentos cívicos e religiosos.
Porém, esse mesmo fluxo de informações está se tornando acessível aos diversos nichos das massas e cada vez mais temos pessoas alfabetizadas e ocupantes de centros universitários. Facilmente pode-se acessar um artigo baseado nos preceitos da experimentação, do método e dos mais modernos requisitos da produção cientifica atual e, não tão dificilmente, notam-se pessoas buscando e utilizando dessa mesma produção para levantar dúvidas, organizar argumentos e participar de embate de ideias.
Pode-se notar que existe mais conhecimento acessível à população, dessa maneira é maior a capacidade de questionamentos e afins. Não ao acaso, surgem diversas agências interessadas apenas na verificação da autenticidade das informações que circulam. Analisando proporcionalmente, desenha-se um quadro diverso daquele da Idade Média, com uma oferta maior de conhecimento, portanto, mais instrumentos capazes de elevar o conhecimento científico.


Lucas Wellington dos Santos Lopes - Matutino.

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