É notável que contemporaneidade brasileira designa um
cenário de descrença e incompreensão aos valores das mais diversas culturas, a
exemplo dos treze primeiros dias do ano de 2020 que foram registrados ataques
violentos contra indígenas e quilombolas. Segundo o site “Brasil de Fato”,
cerca de 180 famílias Guarani e Kaiowá sofreram ofensivas de seguranças
privados em Dourados, no Mato Grosso do Sul. Nesse aspecto, é inegável que a sociedade
brasileira ainda possui uma visão etnocêntrica em relação as várias etnias do
seu próprio país.
Sob esse viés, o ceticismo que guia o pensamento cartesiano e
a filosofia empírica de Bacon, podem ser relevantes na atual circunstância
brasileira. Afastar-se de tudo que se acredita a fim de descobrir algo
verdadeiro, duvidando e questionando suas ações, é também repensar todos seus
valores culturais, crenças, filtrar pensamentos imediatistas, acríticos e
preconceituosos, ademais como o conhecimento, segundo Bacon, também pressupõe
experiencias e vivência, podemos entender o “outro” mas nunca ser o “outro” já
que não estamos no seu local de existência, fato esse que nos ajuda a
compreender a importância de respeitar os pontos de vista divergentes. Logo,
tais linhas de pensamentos citados, podem contribuir para a sociedade
pós-moderna ter atitudes mais relativistas em relação as culturas, quebrando o
“ídolo” de uma visão etnocêntrica, além de nos fazer refletir sobre o bom senso,
-a razão-, ponto fundamental para que se respeite o outro, já que as vivências
dele são diferentes das minhas, portanto, o conhecimento dele apesar de
diferente do meu, são iguais relevantes para o mundo.
Maria Clara Ramos Okasaki - Diurno - 1º ano de Direito
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