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domingo, 8 de março de 2020

Conhecimento moderno na contemporaneidade

  René Descartes, filósofo racionalista, físico e matemático francês da Idade Moderna, em sua obra “Discurso do Método” aborda a razão -bom senso- como uma propriedade humana de discernir o que é certo e errado além de discutir sobre o método da “dúvida hiperbólica” que aplicou em si mesmo com o intuito de compreender melhor o mundo, e descobrir algo genuinamente verdadeiro e confiável. Com o mesmo objetivo de Descartes, criar uma nova forma de conhecimento, Francis Bacon, considerado o pai da filosofia empirista em sua obra “Novum Organum”, propôs uma forma de aprendizado pautado nas experiências humanas e discute a importância da vivência empírica na metodologia cientifica. Bacon desenvolveu também o conceito de “Ídolos”, ou seja, noções do mundo que na realidade não são reais, e impedem o acesso a verdade.
  É notável que contemporaneidade brasileira designa um cenário de descrença e incompreensão aos valores das mais diversas culturas, a exemplo dos treze primeiros dias do ano de 2020 que foram registrados ataques violentos contra indígenas e quilombolas. Segundo o site “Brasil de Fato”, cerca de 180 famílias Guarani e Kaiowá sofreram ofensivas de seguranças privados em Dourados, no Mato Grosso do Sul.  Nesse aspecto, é inegável que a sociedade brasileira ainda possui uma visão etnocêntrica em relação as várias etnias do seu próprio país.
  Sob esse viés, o ceticismo que guia o pensamento cartesiano e a filosofia empírica de Bacon, podem ser relevantes na atual circunstância brasileira. Afastar-se de tudo que se acredita a fim de descobrir algo verdadeiro, duvidando e questionando suas ações, é também repensar todos seus valores culturais, crenças, filtrar pensamentos imediatistas, acríticos e preconceituosos, ademais como o conhecimento, segundo Bacon, também pressupõe experiencias e vivência, podemos entender o “outro” mas nunca ser o “outro” já que não estamos no seu local de existência, fato esse que nos ajuda a compreender a importância de respeitar os pontos de vista divergentes. Logo, tais linhas de pensamentos citados, podem contribuir para a sociedade pós-moderna ter atitudes mais relativistas em relação as culturas, quebrando o “ídolo” de uma visão etnocêntrica, além de nos fazer refletir sobre o bom senso, -a razão-, ponto fundamental para que se respeite o outro, já que as vivências dele são diferentes das minhas, portanto, o conhecimento dele apesar de diferente do meu, são iguais relevantes para o mundo.

Maria Clara Ramos Okasaki - Diurno - 1º ano de Direito

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