Desde períodos mais remotos, os indivíduos buscam um meio de desenvolverem a ciência a fim de encontrarem verdades absolutas. Isso, de fato, foi o objetivo de grandes filósofos da época moderna, precipuamente no que tange às pesquisas do conhecimento realizadas por Descartes e Bacon.
Sob perspectivas divergentes, esses filósofos utilizaram de meios singulares e essenciais na consolidação da ciência. Primeiramente, Descartes se concentrou na razão, a qual deve ser baseada na dúvida inicial e na posterior análise em etapas. Partindo desse pressuposto, de que a premissa básica do conhecimento é a dúvida, nota-se que, séculos depois de seus estudos, Descartes continua sendo uma fonte imprescindível para a absorção de conhecimentos verídicos. Isso é exemplificado, na atualidade, pelos inúmeros casos de fake news e teorias de conspiração que assolam o âmbito social. Pela falta do uso do método cartesiano, os indivíduos acreditam em falsos conteúdos, acarretando o surgimento de movimentos como o de antivacina. Esse, por sua vez, origina problemas de saúde pública e agrava as medidas de prevenção a doenças. Percebe-se, logo, que a ausência do estudo filosófico de textos do século XVII desencadeia impasses graves na sociedade contemporânea.
Contudo, enquanto Descartes prioriza a razão, Bacon defende um posicionamento empirista, que também se enquadra perfeitamente na sociedade do século XXI. Os experimentos são essenciais para as mais diversas áreas da ciência, a fim de comprovar determinados aspectos e tornar verídicas as pesquisas. Entretanto, o estudioso deve compreender que a verdade absoluta, embora seja o objetivo inicial do método científico, nem sempre é alcançada completamente, pois novos estudos podem surgir e desmentir teorias vetustas. No texto de Edgar Morin, “Por uma reforma de pensamento”, o autor demonstra que a ciência é mutável, já que existia no universo uma ordem racional, até que a partir da segunda lei da termodinâmica, a desordem é comprovada. Assim, percebe-se que o método de experimentação defendido por Bacon é dependente de uma aceitação geral de que a ciência pode sempre ser superada por si mesma.
Diante das discussões proporcionadas pelas obras de Descartes e Bacon, conclui-se que os métodos da Época Moderna são fundamentais para o alcance tecnocientífico da atualidade, pois servem como um direcionamento para os estudiosos contemporâneos. Tanto a razão quanto a experimentação são princípios de organização não só da ciência, mas também da sociedade. A partir deles, é possível evitar as informações enganosas e o conhecimento superficial dos sentidos.
Mariana Pereira Siqueira - 1° ano - Diurno.
Nenhum comentário:
Postar um comentário