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segunda-feira, 27 de maio de 2019

sobre as máquinas

Enferrujando as máquinas 
enferrujamos como aquelas antigas máquinas a vapor.
Nos ofertam carros e casas
e parcelas e sonhos de insônia.
Aceitamos
a ferrugem nos dedos e o juros no fim do mês.
Aceitamos a ferrugem nos dedos e os “salários de fome” em trens para as estrelas. 
Nos perguntavam o que seríamos quando crescêssemos,
Respondo agora com ânimo nos olhos: 
Serei máquina.
Esperarei assim como Pedro, o pedreiro, esperou. 
Esperarei minha hora, ela há de chegar.
Esperarei o tempo parar de nos corroer. 
Venham crianças, sejamos máquinas e nada mais. 
Só isso importa, produzir alguma coisa que eu não sei o que é, 
Mas 
Venham crianças, sejamos máquinas e esperaremos juntos alguma coisa acontecer antes de enferrujarmos por completo. 

Giovanna Lima e Silva - direito noturno




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