Em meio às relações de
trabalho da contemporaneidade, os indivíduos se encontram, de acordo com o
sociólogo Richard Sennett em A Corrosão
do caráter: conseqüências pessoais do trabalho no novo capitalismo, em uma
situação de ansiedade constante causada pela busca de alcançar algo na rotina exacerbada
e os sentidos do significado de trabalho no capitalismo, colocando em risco o
próprio senso de caráter pessoal. Para o sociólogo, não só as relações de
trabalho são inconstantes no capitalismo contemporâneo (no caso de Rico, filho
de Enrico), mas também os laços pessoais são minimamente duráveis em
decorrência da constante mudança de hábitos propostos pelo sistema capitalista,
que não propõe uma linearidade à vida dos trabalhadores, mas uma flexibilização
da vida do proletariado em favor da produção. Concomitante, em A Ideologia Alemã, de Karl Marx e Fredrich
Engels, é defendido pelo materialismo dialético que não é a consciência do
homem que determina seu ser, mas o ser social que determina sua consciência.
Sendo assim, a partir do materialismo histórico, proposto por Karl Marx,
deflagrado pela alienação do trabalho, pode-se associar o fenômeno apresentado
por Sennett com o trabalho rotineiro taylorista/fordista, em que a sociedade trabalha
revolta contra o tempo, reforçando a ansiedade e desespero do indivíduo
contemporâneo influenciado pelo caos da sociedade capitalista.
Visto que, o trabalho
contra o tempo precisa ser reestruturado no contexto atual, o sistema opta pela
flexibilização e concentração do poder sem centralização, fazendo com que tal
poder pertença não a todos os indivíduos, mas ainda ao capitalista, restando ao
trabalhadores apenas as atividades que lhes foram impostas. Dessa maneira, a
flexibilização das relações de trabalho interferem não só nas relações de
trabalho, mas no caráter pessoal do proletariado, caracterizada pelo desapego
temporal a longo prazo e a tolerância com a fragmentação.
Giovana Silva Francisco - 1º DIREITO - Noturno.
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