As rédeas do capitalismo se apertaram de tal modo a inverter o sentido da evolução da espiral dialética. A síntese causada pelo choque de antíteses e teses, não mais leva à ascensão do povo. Agora, ao invés de direitos, ao invés de vitórias, a espiral, a cada dia, involui, se expande para um plano inferior, no sentido contrário do que seria o ideal ao crescimento humano, exemplificando o que seria a dialética estrutural capitalista, a trabalho, sempre, do sistema.
Foi-se o tempo em que um homem vitorioso, admirado, era visto por suas virtudes, por ser justo, agora, um “homem bom” é enxergado pelo que possui e é esse fetichismo pela mercadoria que faz com que o tranalhador dê sua vida, suór e sangue pelo trabalho, derramando seu tempo na bacia do capitalismo e sacrificando sua vivência com a família, seu lazer, seu lado social, em prol do Deus Mercado.
O exército de reserva marcha estrondosamente, a passos largos com seus pesados coturnos, barulhentos, intimidadores. Portanto, é necessário, para que não seja pisoteado pela multidão composta por esse exército, que o trabalhador seja flexível. Flexível em seu horário, flexível em suas funções, flexível em sua vida, é necessário que se torne elástico para que nao se machuque pelos murros do mercado, é necessário, ainda, ser polivalente, se atualizar, vver em função de se adapatar às funções pedidas pelo mercado e aprender, crescer, evoluir, não pessoalmente, mas simplesmente na direção que é imposta pelas garras do capital, garras fortes, capazes de dar o pão e ao mesmo tempo matar de fome.
Perante à isso, torna-se ainda maior o desafio de não se deixar levar pelo mercado, nao perder sua vida pelo trabalho, não sucumbir a loucura imposta frenética e forçadamente goela a baixo dos cidadãos pelo 1% mais rico. É praticamente impossível, frente todas as missões necessárias para se ganhar dimheiro, como ser flexível, polivalente e adaptável, se dar conta que a vida em si se perde facilmente no processo, que, apesar do homem ser um ser gregário, as relações interpessoais se dissolvem por uma simples moeda. Estamos imersos na corrosão dos laços e fortificação dos bens, amamentados pela láctea ilusão mercadológica contemporânea que inverte a dialética, destrói sentimentos e usa todos os destroços para construir o seu império.
Octavio Deiroz Neto- 1º ano noturno
Nenhum comentário:
Postar um comentário