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segunda-feira, 27 de maio de 2019


O motor da história. Diante dessa frase Karl Marx inicia uma intrigante discussão acerca do materialismo histórico e quais seriam os motivos para a dialética que movimentaria o incessante conflito entre as classes e como isso influenciaria sua atualidade. De acordo com o economista e filósofo, diferentemente de outros autores anteriores, ele justifica a desigualdade através do controle dos modos de produção – de modo que a quantidade de seu controle e poder econômico seria o verdadeiro motivador da ascensão social. Frente a isso, através da união dos operários, seria possível a ascensão desse grupo mesmo não possuindo uma equiparidade econômica e social diante dos mais ricos.
Frente a isso, o Direito molda-se conforme a visão do materialismo histórico marxista, sendo moldado pela realidade material presente em cada época. Dessa forma, por exemplo, vivenciando ascensão industrial vigente em sua época, o Direito desenvolveu-se frente à luta dos operários, sendo possível perceber – pela primeira vez na história – o início de uma legislação trabalhista, por mais ínfima que fosse. Percebe-se, enfim, a necessidade de uma luta que conseguisse justificar essa maior garantia de direitos.
Em contrapartida, traçando paralelo ao contexto hodierno, a alienação que decorre de uma realidade consagrada pela expansão da internet e dos meios de comunicação, o grupo operário passa a tornar-se um grupo apático que, de maneira contrária à época supracitada, passa a apoiar a ideologia de seus patrões e não de sua própria classe. Tendo em vista essa ideia, Marx afirma que “O modo de produção da vida material condiciona o processo da vida social, política e espiritual em geral. Não é a consciência do homem que determina o seu ser, mas, pelo contrário, o seu ser social é que determina a sua consciência, sendo possível depreender que o ser social do trabalhador hodierno, influenciado por uma consciência elitista de seu próprio presidente, passa a incorporar traços de seus próprio exploradores, compreendendo-se uma completa falta de lucidez.
Assim sendo, focando em uma atualidade brasileira permeada por governantes que dizem o que querem e, muitas vezes, não possuem uma oposição organizada e que os enfrente, pautas absurdas como os recentes cortes na educação são defendidas pela classe operária como se fossem necessárias ao orçamento interno. Enfim, essa dialética proposta por Marx passa estar desbalanceada, pois a outra parte da balança passa a pender junto aos seus próprio exploradores, representando que o ser social dos mais pobres encontra-se completamente alienado e, como dito anteriormente, apático.

Lucas Perseguino Rodrigues de Araujo - Direito Matutino

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