O motor da
história. Diante dessa frase Karl Marx inicia uma intrigante discussão acerca
do materialismo histórico e quais seriam os motivos para a dialética que
movimentaria o incessante conflito entre as classes e como isso influenciaria
sua atualidade. De acordo com o economista e filósofo, diferentemente de outros
autores anteriores, ele justifica a desigualdade através do controle dos modos
de produção – de modo que a quantidade de seu controle e poder econômico seria
o verdadeiro motivador da ascensão social. Frente a isso, através da união dos
operários, seria possível a ascensão desse grupo mesmo não possuindo uma
equiparidade econômica e social diante dos mais ricos.
Frente a
isso, o Direito molda-se conforme a visão do materialismo histórico marxista,
sendo moldado pela realidade material presente em cada época. Dessa forma, por
exemplo, vivenciando ascensão industrial vigente em sua época, o Direito
desenvolveu-se frente à luta dos operários, sendo possível perceber – pela primeira
vez na história – o início de uma legislação trabalhista, por mais ínfima que
fosse. Percebe-se, enfim, a necessidade de uma luta que conseguisse justificar
essa maior garantia de direitos.
Em
contrapartida, traçando paralelo ao contexto hodierno, a alienação que decorre
de uma realidade consagrada pela expansão da internet e dos meios de
comunicação, o grupo operário passa a tornar-se um grupo apático que, de
maneira contrária à época supracitada, passa a apoiar a ideologia de seus
patrões e não de sua própria classe. Tendo em vista essa ideia, Marx afirma que
“O modo de produção da vida material condiciona o
processo da vida social, política e espiritual em geral. Não é a consciência do
homem que determina o seu ser, mas, pelo contrário, o seu ser social é que
determina a sua consciência”, sendo possível depreender que o ser social do
trabalhador hodierno, influenciado por uma consciência elitista de seu próprio
presidente, passa a incorporar traços de seus próprio exploradores,
compreendendo-se uma completa falta de lucidez.
Assim
sendo, focando em uma atualidade brasileira permeada por governantes que dizem
o que querem e, muitas vezes, não possuem uma oposição organizada e que os enfrente,
pautas absurdas como os recentes cortes na educação são defendidas pela classe
operária como se fossem necessárias ao orçamento interno. Enfim, essa dialética
proposta por Marx passa estar desbalanceada, pois a outra parte da balança
passa a pender junto aos seus próprio exploradores, representando que o ser
social dos mais pobres encontra-se completamente alienado e, como dito
anteriormente, apático.
Lucas Perseguino Rodrigues de Araujo - Direito Matutino
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