Total de visualizações de página (desde out/2009)

segunda-feira, 27 de maio de 2019

Capital a qualquer momento

Com o advento da revolução industrial e as tecnologias criadas a partir e devido a esta, a máquina capitalista se reinventa para atender o interesse de quem a faz girar: o lucro, através das mãos da classe trabalhadora a serviço da burguesia.
Para atingir esse fim, o sistema se reinventa dentro de si. Ao longo do tempo sofreu limitações, tais como a criação e aperfeiçoamento de legislações trabalhistas visando garantir a dignidade daqueles que detêm a forca de trabalho e, também, ditar as regras de como pode ser exercida a exploração sobre estes. Com isso, tivemos, por exemplo, a limitação das horas de trabalho a que o trabalhador pode ser submetido diariamente. De jornadas de mais de 15 horas, passamos a ter a limitação a 8 horas diárias em boa parte dos países.
No entanto, enquanto coisa que se reinventa, o capitalismo se utiliza, dentre outras "armas", das tecnologias criadas devido a ele para burlar as limitações impostas a geração de lucro. É possível perceber, nos dias de hoje, a confusão que se faz entre a vida social e a de trabalho das pessoas, como se mostra com o uso do celular. Aparelho criado para facilitar a troca de informação entre as pessoas, este tira os limites entre o tempo que o trabalhador deve se dedicar ao trabalho e ao tempo de descanso e interação social que deve ter, uma vez que nos deixa disponível para realizar obrigações ou necessidades do trabalho a qualquer momento e em qualquer lugar.
A partir do estudo desse sistema, Marx concluiu que este passa por crises cíclicas que garantem essa reinvenção e geram consequências econômicas e sociais, bem como que "a historia se repete, a primeira vez como tragédia e a segunda como farsa". Seriam, então, os produtos criados para o bem-estar e facilidade das pessoas, uma farsa do capital para a garantia do lucro através da exploração desenfreada do trabalhador garantida pela confusão criada entre os espaços de trabalho e de interação social?

João Pedro Carvalho Furlan - Direito Matutino

Nenhum comentário:

Postar um comentário