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domingo, 26 de maio de 2019

O Direito e a dialética: as contradições como síntese.


O teórico Friedrich Engels, juntamente com o filósofo Karl Marx, procuravam não somente interpretar o mundo como ele é, mas sim transformá-lo; uma espécie de transformação social como finalidade. O socialismo como ciência rebate e critica a metafísica e o isolamento, que não dão espaço para a dialética. Afinal, para ambos, tudo está em constante mudança, e tudo deve ser analisado como um todo que se completa e se encaixa. A filosofia do materialismo dialético, embasada em Hegel, superou a filosofia tradicional, idealista e racional, uma vez que ela busca observar  a experiência histórica para assim compreender o mundo e as suas constantes transformações.
   A dialética, sendo definida como as contínuas contradições que existem na realidade, desvenda o movimento dos fenômenos e o desenvolvimento histórico, sendo esse último um recurso usado para se analisar as mazelas de quaisquer épocas da história humana, formando a base material para fundamentar essa evolução. O estudo das mudanças das relações de trabalho, das formas de produção ao longo do tempo e as próprias alterações sociais foram cruciais nas obras dos autores. O Direito nasceu como um mediador para as ações humanas, e o próprio indivíduo, progressivamente -mas nunca da mesma maneira estática- se vale de suas ferramentas de poder; O Direito é tanto a espinha dorsal quanto objeto de uso da sociedade. E para Marx, posto isso, o mundo material e relações politicas são capazes de  influenciar nossas ideias e concepções.
   Para Hegel, o Direito era tido como liberdade; a lei igualava a todos. Mas o Direito de fato exige que repensemos a nossa própria realidade, no âmbito das relações de trabalho e a própria luta de classes. A sociedade está preocupada com seus interesses individuais (materialidade da vida), e nisso o Direito, o qual também sofre inúmeras mutações com o passar do tempo, interfere, regulando e criando direitos que visem garantir uma estável dialética cotidiana, saturada de teses e antíteses como pontos de partida, a fim de alcançarem uma síntese; uma devida resolução dos conflitos. Essa espiral dialética que  nunca vai parar de  desenrolar-se contribui na busca de uma maior harmonia social, pois os costumes são aprimorados e, a evolução da sociedade, sempre tida como finalidade.

Raquel Colózio Zanardi- 1º ano Direito Matutino

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