O teórico Friedrich Engels, juntamente com o filósofo
Karl Marx, procuravam não somente interpretar o mundo como ele é, mas sim
transformá-lo; uma espécie de transformação social como finalidade. O
socialismo como ciência rebate e critica a metafísica e o isolamento, que não dão
espaço para a dialética. Afinal, para ambos, tudo está em constante mudança, e
tudo deve ser analisado como um todo que se completa e se encaixa. A filosofia
do materialismo dialético, embasada em Hegel, superou a filosofia tradicional,
idealista e racional, uma vez que ela busca observar a experiência histórica para assim compreender
o mundo e as suas constantes transformações.
A dialética,
sendo definida como as contínuas contradições que existem na realidade,
desvenda o movimento dos fenômenos e o desenvolvimento histórico, sendo esse último
um recurso usado para se analisar as mazelas de quaisquer épocas da história
humana, formando a base material para fundamentar essa evolução. O estudo das mudanças
das relações de trabalho, das formas de produção ao longo do tempo e as próprias
alterações sociais foram cruciais nas obras dos autores. O Direito nasceu como
um mediador para as ações humanas, e o próprio indivíduo, progressivamente -mas
nunca da mesma maneira estática- se vale de suas ferramentas de poder; O
Direito é tanto a espinha dorsal quanto objeto de uso da sociedade. E para
Marx, posto isso, o mundo material e relações politicas são capazes de influenciar nossas ideias e concepções.
Para Hegel,
o Direito era tido como liberdade; a lei igualava a todos. Mas o Direito de
fato exige que repensemos a nossa própria realidade, no âmbito das relações de
trabalho e a própria luta de classes. A sociedade está preocupada com seus
interesses individuais (materialidade da vida), e nisso o Direito, o qual
também sofre inúmeras mutações com o passar do tempo, interfere, regulando e
criando direitos que visem garantir uma estável dialética cotidiana, saturada de
teses e antíteses como pontos de partida, a fim de alcançarem uma síntese; uma devida
resolução dos conflitos. Essa espiral dialética que nunca vai parar de desenrolar-se contribui na busca de uma maior
harmonia social, pois os costumes são aprimorados e, a evolução da sociedade,
sempre tida como finalidade.
Raquel Colózio Zanardi-
1º ano Direito Matutino
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