O método marxista
parte das relações econômicas, ou seja, do plano real, para o
estudo dessa sociedade. A ideia da totalidade também encontra-se
presente nesse método e é o elemento central do pensamento. Ela
trata de como a relação entre os objetos influenciam na sociedade,
é a soma de todas as interações decorrentes do sistema.
Marx e Engels
desenvolveram sua teoria no início da Era Moderna e perdura como
método até os dias atuais. Sennett é um expoente desse pensamento
no mundo contemporâneo e trata da totalidade em suas obras.
O sociólogo
aborda, em sua obra “A Corrosão do Caráter”, como é possível
estudar apenas uma parte do capitalismo para compreender a maior
parte. Ele parte de uma conversa dentro do avião para analisar como
a flexibilização do trabalho afeta o pessoal e a criação dos
filhos.
Dentro dessa
análise, Sennett pondera que o mercado de trabalho, muitas vezes,
não permite que os pais passem muito tempos com os filhos e como
isso afeta o desenvolvimento do caráter deles. A partir disso, surge
o questionamento se as qualidades de um bom trabalhador seriam as
mesmas de um bom caráter. Para responder, serão analisadas duas
perspectivas:
A primeira é a
análise dos soldados nazistas. Ao matar judeus, homossexuais, negros
e deficientes, eles estavam cumprindo ordens de seus superiores e,
portanto, eram bons empregados. Porém, isso não significava um bom
caráter. Hannah Arendt traz essa discussão ao pontuar a banalidade
do mal, já que esses soldados já estavam acostumados com isso que
não perceberam o mal que faziam.
A segunda é a dos
pais que são bem-sucedidos nas carreiras, porém não possuem um bom
caráter. Dentre os diversos exemplos, é possível citar o astro do
futebol, Pelé: considerado o rei do futebol, mas que não reconheceu
a paternidade da filha.
Portanto, na
sociedade contemporânea, nem sempre o que define um bom trabalhador
é o que define um bom caráter.
Beatriz Falchi Corrêa - direito matutino
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