Na contemporaneidade capitalista, todas as relações, independentemente de suas naturezas, foram reconfiguradas através de um molde burguês em que se desconsidera todos os valores importantes para que elas se assentem, como afirmava Marx, sobre o capital. Indivíduos inseridos em realidades com determinadas atividades produtivas entram em relações sociais e políticas que são, de certa forma, padronizadas. Hoje, os trabalhadores perdem o controle de suas vidas e se expõem a situações de exploração em nome daquilo que colocou sua classe social nessa situação tão subalterna: o dinheiro.
Em primeira análise, verifica-se o quão ilusório é essa falsa ideia de meritocracia em que o indivíduo escreve sua história e é capaz de ascender financeiramente apenas com seu esforço. As limitações que o impedem de atingir essas ambições capitalistas estão sempre cercando-o, mesmo que ele não consiga vê-las. Em resumo, o ser humano está condicionado na realidade que reprime suas potencialidades.
Infelizmente, esse grupo, na maioria dos casos, não tem autoesclarecimento sobre sua situação. As longas jornadas de trabalho e as dificuldades da vida dos trabalhadores não lhes permitem ter tempo para refletir sobre a situação vulnerável de abuso que se encontram inseridos. Sentar e raciocinar sobre o materialismo histórico não é uma opção para eles.
Em conclusão, é extremamente desonesto uma sociedade capitalista, em suas configurações atuais, promover uma ideia de ascensão justa e igualitária mediante o esforço quando ela mesma é a fonte dos mecanismos limitantes dessa ascensão. A vida do indivíduo, mesmo que ele se encontre em um mundo que gira em torno de dinheiro, é complexa demais para ser resumida ao seu trabalho.
Victor A. Lopes de Menezes - 1° Ano (Direito Noturno)
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