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segunda-feira, 26 de março de 2018

Seletividade positiva


Imersa pelo calor do asfalto, uma borboleta voava pelas ondas de fumaça.
A borboleta pousava de carro em carro, perfumando aquela gente alienada.
Perto dali, uma mulher negra era assassinada,
mas pra essa gente o crime não era uma ameaça:
 “ a borboleta sim, é o motivo de desgraça!”

O pequeno inseto aterrissou no verde do semáforo,
no mesmo instante que moscas aterrissavam na carne morta,  
devorada pouco a pouco pelos vermes,
mas aquela gente torta, dizia:
“ Essa borboleta é imunda, prefiro me preocupar com ela do que com carne de segunda.”

Então a policia foi acionada:
“Quero ordem e progresso na minha cidade abençoada.”
Positivismo, segundo aquela gente manipulada,
é exterminar a semente e cultivar a praga infestada.

Pouco a pouco, a borboleta foi executada
e o direito, inerte e seletivo, apagou outra centelha de esperança.

A borboleta resistiu ao caos,
a carne resistiu aos vermes.
A borboleta ordenava os corações de uma gente desordenada.
A carne resistia à infestação, era matéria viva e morta ao mesmo tempo.

A matilha devorou-as e voltou ao topo da montanha blindada,
de lá, a classe burguesa e privilegiada
ria, como as hienas, pelo fim de duas vidas derrotadas...

Victor Vinícius de Moraes Rosa - Direito Noturno






Um comentário:

  1. UM artigo que não passa de um monte de calunias ao positivismo,pois nada do que se tenta relacionar com o positivismo nesse texto tem a ver com o positivismo,ou seja o autor nunca leu nenhuma obra de Augusto Comte,apenas tenta relacionar o positivismo com as besteiras e calunias que os meio acadêmicos socialistas/marxistas dizem a seu respeito,quando tudo isso não passam de manipulação dos fatos.

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