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segunda-feira, 11 de setembro de 2017

A liberdade que nunca terei

A liberdade que nunca terei

Meu nome é Ana Beatriz, nasci e vivi em Americana, uma cidade do interior de São Paulo e infelizmente nunca tive muitas coisas, nem mesmo a educação adequada.
Provavelmente a minha vida se resume a luta dos meus sonhos e a falta de dinheiro no bolso. 

Dinheiro... tão insignificante, um pedaço de papel,  que os homens deram tanto valor.

Qual o problema deles? Para que nos sujeitar à dominação de algo simplesmente inexistente? Anti-natural?

Nunca vou entender. 

Não digo isso só porque desejei aquela bolsa maravilhosa de marca, que obviamente nunca teria como pagar, mas o que me frustou foi saber que meu próprio destino estava escrito no dinheiro. 

Eu sempre quis ser médica, estudei muito para passar no vestibular e consegui uma vaga na UFTM. Acreditei que finalmente meu esforço poderia compensar a desigualdade de onde vim, mas minha mãe, naquele dia, depois da comemoração, me disse que não teria condições de me manter em outra cidade. 

Hoje eu trabalho como empregada doméstica.

Eu sei o quanto meu trabalho é digno, sei que sem mim toda essa ideologia não teria sustentação... 

Mas o que mais me frusta é saber que meu poder de decisão...

É uma mera ilusão. 

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Meu nome é Ana Carolina, nasci em vivi em Ribeirão Preto, e hoje estou na faculdade cursando Direito. Minha vida parece perfeita... não é mesmo? Eu sempre tive tudo, bastava estralar os dedos, mas se chegarem bem perto vão descobrir que sou nada mais nada menos do que o fruto da manipulação. 

Meu sonho era atuar, expressar aquela dor inconsciente e viver tantas vidas, tantas personalidades, que somente assim eu poderia me encontrar. 

Quando disse isso para os meus pais ouvi o Não, ouvi que não conseguiria me sustentar, ouvi que minha vida seria difícil demais, afinal é muito custoso conseguir um espaço no meio artístico.

Por que alguns atores são tão ovacionados e outros, tão bons quanto, nunca chegam a ser lembrados? 

Percebi que sendo atriz poderia jamais obter reconhecimento profissional, jamais conseguir sustentar minha família. 

Reconhecimento... dinheiro... será que realmente tomei essa decisão? 

Medo...

Inconstância

E todos esses sentimentos que grudam em nossos corações nos impedem de ser livres... 

Gostaria de um mundo que a liberdade não fosse tão ideológica, mas real. 

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Maria Júlia Paschoal Minto- Diurno

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