As ideias de Marx e Engels são a
prova viva de que uma estrutura social e seus problemas podem perdurar por
centenas de anos, apenas arrumando uma forma de subsistência e adaptação. Não é
por terem sido elaboradas em 1848 que as visões dos dois filósofos não se
encaixam na atualidade; muito pelo contrário. A exploração, a desigualdade, a
luta de classes e todas as adversidades da sociedade capitalista continuam nos assombrando
até os dias mais recentes. Pode-se notar como as críticas marxistas podem ser
feitas nos dias de hoje quando paramos para observar a atual relação entre
patrão-empregado. Obviamente, essa relação não é igual, em sua forma, comparado
aos tempos mais remotos; hoje, o funcionário pode se valer dos seus direitos
trabalhistas legais para garantir suas maiores condições de trabalho, férias,
salário mínimo, entre outros. No entanto, a essência dessa relação não se
modificou tanto assim; o patrão continua sendo o agente explorador, que
trabalha menos e ganha mais, que usufrui de tudo aquilo que a classe operária
produz. A ideia da mais-valia permanece viva no nosso sistema, como por exemplo
na produção de um smartphone de alta tecnologia, onde procura-se baratear toda
a produção e, no final, vender o produto por um preço extremamente alto, a
ponto de que poucos conseguem consumi-lo, nem mesmo aqueles que o produziram.
Além da disparidade da relação
patrão-empregado, verifica-se ainda a forte crítica à desigualdade como um
todo; ela está presente nas mais diversas esferas da nossa sociedade:
econômica, social, cultural, política. Poucos que têm muito, muitos que têm
pouco. A realidade do sistema capitalista é muito mais dura do que se pode
imaginar. A exploração vai além do que nossos olhos, principalmente de um lugar
privilegiado, podem enxergar; a pobreza, vista de um lar aconchegante e com
muita fartura na mesa, é difícil de enxergar; a desigualdade e segregação, vista
de um condomínio fechado de classe média, é difícil de enxergar. Entretanto, as
obscuridades desse sistema continuam aqui, existindo e encontrando forças em
cima da miséria e exploração alheia.
Kelly Akemi Isikawa - 1º ano/diurno
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