Igualdade, equilíbrio
de renda e eliminação da exploração do trabalho. Esses são os alicerces para a
teoria socialista que, apesar de se popularizar com o marxismo, germinou nas
ideias de Charles Fourier e Robert Owen no chamado socialismo utópico. O
romantismo desses filósofos se deve à ação pouco combativa dos operários frente
aos patrões, sendo assim julgado por Karl Marx como utópico se comparado ao
socialismo científico do mesmo em conjunto com Friedrich Engels.
Na obra "Do
Socialismo Utópico ao Socialismo Científico" (1887) de Friedrich Engels,
aponta-se a questão das condições materiais das pessoas: seriam privilégios ou
uma simples reparação isonômica? Pode-se perceber esse impasse quanto às cotas
nas universidades públicas, onde a minoria privilegiada demonstra uma visão
individualista, fazendo vista grossa às adversidades enfrentadas pelos jovens
cotistas de baixa renda e marginalizados pela sociedade. Outro exemplo se dá no
momento das abordagens policiais, visto que é evidente que jovens negros da
periferia são mais abordados do que jovens brancos da zona sul.
Marx condena a
propriedade privada. Analogamente, expõe-se um exemplo medieval do cerceamento
do uso do bosque, tornando-o exclusividade do senhor feudal. Essa privatização
tem efeitos catastróficos para o povo, pois certamente faltará lenha para
resistir ao rigoroso inverno do clima temperado europeu. Dessa forma,
conclui-se que a propriedade privada foi a grande causadora dos transtornos
sofridos pelos camponeses.
Outra questão
levantada pelo marxismo é o embate entre o idealismo e o materialismo. Contemporaneamente,
esse dilema é visto no direito formal e no direito real da liberdade. Isto é,
formalmente todos têm direito à liberdade, contudo apenas os mais abastados têm
a liberdade de fato, comprovando assim o alcance curto da liberdade. Prova
disso é o caso de Thor Batista que matou um trabalhador mas permanece livre,
enquanto um jovem da periferia que roubar um frango assado para se alimentar
será severamente punido sem chances de recorrer à liberdade.
O socialismo,
portanto, mantém-se mais hodierno do que nunca. Houve um grande caminho desde o
socialismo utópico ao científico, porém essa evolução adaptou a teoria aos dias
de hoje, conforme visto nas comparações materiais entre as pessoas. Ainda, a
condenação da propriedade privada aliada à relativização de direitos
fundamentais como a liberdade mostram a incapacidade do capitalismo em
proporcionar uma sociedade decente e justa para todos.
Fernando Jun Sato. 1º Ano de Direito Diurno
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