A ciência
surgiu no Ocidente, na sua forma mais expressiva, como um tipo especifico de
saber que, a priori, buscava afastar-se do senso comum e das ideologias no
geral. No entanto, quanto mais o tempo passava e as humanidades eram estudadas,
mais se soube que um conhecimento afastado da militância era algo impraticável.
Determinados
pensadores iluministas, como Locke e Rousseau, por exemplo, tiveram um grau de
engajamento expressivo para suas épocas, tendo até mobilizado parte
considerável de suas respectivas sociedades em torno de suas causas. Todavia, é
com a consolidação da classe burguesa na Europa e com a polarização dos
interesses entre burgueses e o operariado, que surge uma nova leva de
intelectuais extremamente militantes, do qual é Marx um dos nomes mais
expressivos.
Produzir ciência, assim, passa a ser uma
tarefa mais dificultosa. Sobretudo, porque, para muitos, o conhecimento
produzido por Marx era e é visto, como algo puramente ideológico. Entretanto,
desconsiderar por completo as ideias desse filosofo é um erro.
Ao estruturar o materialismo histórico, por
exemplo, Marx quebrou a tradição de tentar entender a sociedade através de uma
perspectiva idealística, tal como fazia Hegel, para produzir uma visão pautada
por aquilo que é material, levando em consideração muito mais uma visão
economicista. Assim, houve um movimento em torno da busca por um método e
mostrando ser possível a construção duma ciência com ideiaisDavi Pontes 1º Direito noturno
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