A judicialização acontece quando
demandas pertencentes aos poderes executivo e legislativo são realizadas pelo
poder judiciário e possuem grande apelo popular. Ao passo em que a descrença
pelo sistema político tem crescimento exponencial, essa prática se torna cada
vez mais frequente pois a população busca soluções naquilo que acredita ser “a
última saída”.
É
necessário analisar o quão perigoso pode ser o veredicto dado por um órgão
jurídico em relação a problemas sociais e políticos, levando em consideração a
legitimidade deste poder para debater reivindicações populares. Porém, deve-se
atentar, deveras, a crise de representatividade pela qual o país passa atualmente,
em conjunto com a crise institucional instaurada dentro das câmaras
legislativas e notar que, até certo ponto, a influência do judiciário é
providencial diante de certos impasses.
Ademais,
o perigo proveniente da politização do poder judiciário não pode ser esquecido.
O cenário que adjetiva o juiz como “salvador da pátria” é propício para que a
parcialidade possa prevalecer no julgamento dos processos.
Nessa
perspectiva, é crucial que ponderemos os papéis de cada órgão e saibamos
construir soluções para que a isonomia dos poderes prevaleça de modo que uma
reforma do sistema político proporcione uma representatividade de toda
população.
Afinal,
quando ficamos à mercê do sistema judiciário, o resultado é incerto. Tracemos um paralelo com a canção de Chico Buarque: ora ele age
como o pai, que afasta de nós o cálice, como no caso estudado na sala de aula
onde foram resguardados os direitos de um casal homoafetivo em conformidade com
o Estado Laico, ora permite a prisão de
acusados com o trânsito ainda em julgado, agindo como o próprio cálice, valendo-se de mentira e força bruta!
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