Todo dia José faz tudo sempre igual: levanta com seu
despertador às 5:00 da manhã, prepara o café, busca pão enquanto seus filhos e
sua esposa se levantam; tomam todos juntos. Ele leva os filhos para a escola enquanto
sua esposa vai para o trabalho. Ele chega à empresa às 7:00, a tempo de se
preparar para seu trabalho como metalúrgico, que dura o dia todo. Chega a sua
casa por volta das 18:00, e seus filhos e sua esposa já estão lá. Ele ajeita
algumas coisas da casa, toma banho e passa o resto da noite vendo TV e lendo
jornal. Sua vida já assim há 25 anos.
José é um homem trabalhador, e merece todos os direitos que
podem ser assegurados a essa classe. Merece sua jornada semanal, receber por
horas extras, feriados e férias remuneradas. Merece tudo o que o sindicato o
garante. Mas José queria uma vida melhor, claro. Queria um carro do ano, uma
casa na praia, viajar para outro país nas férias, os filhos em faculdades boas.
A vida de José vai além de seu trabalho, mas nem sempre isso é levado em conta.
José é um exemplo do pensamento do filósofo Francis Bacon,
que, em sua obra Novum Organum, diz que o experimento dá fundamento à razão. O pensador
propõe uma análise do mundo a partir da experiência, na observação e na
constatação do que nele há de real; um olhar empírico sobre os eventos
mundanos, para, a partir daí, entender e definir o que é a sociedade, e o que
ela demanda na prática, e não somente na análise de mundo a partir do resultado
que se quer obter. Defendendo a interpretação do mundo do mundo a partir de
seus fatos reais, José se é um exemplo, pois suas vontades são vistas e
garantidas com base no que se deduz sobre a rotina de homem trabalhador, e
muitas vezes são esquecidas a profundidade e complexidade que se adquire quando
se leva em conta suas vontades e ambições.
José é um homem trabalhador que vive sua vida tranquila e
assegurada. Mas claro, José queria mais.
Júlia Veiga Camacho
1º ano Direito Diurno
Introdução à Sociologia - aula 3
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