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domingo, 26 de abril de 2015

Bacon e a ciência moderna

            Na história da filosofia, diversos pensadores elaboraram teorias do conhecimento, como Descartes(racionalista), Kant(criticista) e David Hume(empirista). Sobre esta ultima corrente, outro filósofo se destacou, não apenas por defender o experimentalismo, mas principalmente pela contribuição que sua tese concedeu para o surgimento da ciência moderna. Essa é uma referência a Francis Bacon, pensador do século XVI.
            Ao valorizar o método indutivo, parte da análise da natureza, observando a realidade íntima das coisas, para se chegar a verdades gerais. Diferente disso, o silogismo aristotélico parte de afirmações mais amplas para se deduzir algo específico e, por esse motivo, Aristóteles foi tão criticado por Bacon. Assim, a ciência moderna segue sua proposta, pesquisando sobre os fenômenos naturais, entendendo o funcionamento de cada ser vivo para se chegar ao conhecimento da ampla e complexa dinâmica da natureza.
            No âmbito do direito, uma semelhança perceptível com o experimentalismo baconiano está no fato de as leis serem revistas de acordo com as mudanças da realidade social. Ou seja, as normas se adaptam à medida que a sociedade passa por transformações e isso só é possível a partir da observação e  interpretação dos acontecimentos, algo previsto por Bacon a séculos atrás.
            Desse modo, a razão deve ser guiada pela experiência, no sentido de que o homem deve estar sempre aberto para perceber o que está diante dele, através do uso dos sentidos para que ele possa depois, por meio da razão, formular suas conclusões. Com isso, evita-se as antecipações da mente que levam a formação de ídolos, os quais constituem noções falsas.


Diogo Heilbuth
Direito Noturno

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