Marx traz uma nova visão sobre a sociedade, centrada no mundo concreto,
tentando interpretar a sociedade não pela ideia, mas sim pela matéria, pela dinâmica
da própria sociedade, e não por fenômenos exteriores a ela. O materialismo dialético
faz parte do método marxista de interpretação da realidade, das formas de existência
material da sociedade e do homem, utilizando-se da ciência como instrumento.
Os fenômenos materiais possuem um movimento, uma processualidade. O movimento
contraditório do real é expresso pela noção da dialética, ou seja, a transformação
do ser, da realidade histórica na qual está inserido pode ser entendida a
partir desse instrumental, herança da filosofia de Hegel que Marx inverte e
acrescenta uma dose de materialismo.
Segundo o movimento dialético existe um processo em que tese (afirmação)
e antítese (negação) estão em um embate contraditório. Esses dois movimentos vão
se digladiar até que, sob determinadas circunstâncias surge a síntese. Marx
enxerga nesse movimento a possibilidade de transformar radicalmente a história
Segundo a filosofia marxista, a matéria é fonte de consciência, é nesse
ponto que tange-se a diferença entre a dialética marxista (concreto vivido –
concreto pensado) e a hegeliana (concreto pensado – concreto vivido). Apesar disso,
a ideia pode reagir à matéria que a determina, ou seja, num determinado momento
histórico os indivíduos e classes sociais são orientados por perspectivas ideológicas.
Diante desse, o processo de construção da classe social e suas lutas por transformações
podem subverter a ordem material que a determina formando, assim, horizontes possíveis
de luta.
A noção de totalidade predomina sobre as partes, dentro de um mesmo modo
de produção existem forças econômicas, forcas superestruturais que vão
determinar os seres. Marx enxerga que há a possibilidade de, dentro de um
processo histórico, as classes dominadas negarem aquilo que está posto,
determinado, o que o modo de produção reproduz, dando espaço para ocorrer a revolução.
Marx traz a importância da história
para a compreensão da sociedade, sendo sua visão essencialmente histórica. Numa
alusão à sociedade capitalista, cita-se a história do “Jardim de Fontenelle”.
Sem o conhecimento da história, não é possível que entenda-se como os fatos
vivenciados foram construídos. E tendo a noção de que as situações são historicamente
construídas, adota-se a perspectiva da transformação.
Letícia Santos 1º ano direito diurno
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