A
teoria marxista, que apesar de possuir nome derivado de apenas um de seus dois
pensadores, Karl Marx, também foi desenvolvida por Friedrich Engels, no final
do século XIX, um período pós revoluções francesa e industrial, eventos que
causaram profundas mudanças na sociedade daquele período histórico à medida que
concederam à burguesia a hegemonia entre as classes sociais e introduziram o
capitalismo industrial, o que influenciou a visão de Marx e Engels quanto a
suas concepções.
Entre
elas encontra-se o materialismo histórico dialético, um método revolucionário de análise da
realidade. Neste, a realidade é compreendida através do que é concreto, que,
por conseguinte segue para o plano das ideias, e então, a partir da análise do
material, a teoria marxista investiga as contradições presentes no capitalismo
e expõe que a produção é a base da ordem social.
Outro
conceito introduzido pelo marxismo seria a luta de classes, que para os pensadores
é a constante divergência existente entre a classe social opressora e a que é oprimida,
fenômeno que esteve presente em todos os momentos históricos. Segundo Marx e
Engels, em “O Manifesto Comunista”, “a sociedade burguesa moderna, que brotou
das ruínas da sociedade feudal, não aboliu os antagonismos das classes.
Estabeleceu novas classes, novas condições de opressão, novas formas de luta no
lugar das antigas”.
A
luta de classes, que ocorre em todos os períodos históricos, atuaria como
gatilho para revoluções sociais, segundo Marx e Engels. Esta seria “uma luta
que todas as vezes terminou com uma transformação revolucionária ou com a ruína
das classes em disputa”, o que pode ser comprovado a partir da análise da mudança
de qualquer período histórico/modo de produção na história que conhecemos. Ao tomar
como exemplo a ruptura do feudalismo e a transição para o capitalismo, nota-se
que a nobreza perdeu privilégios para que a burguesia fosse elevada, sendo esta
a classe social, anteriormente explorada, que atuou como “gatilho” para a revolução
que alterou a sociedade em vários aspectos.
Assim
surge também a mais valia, termo que a teoria marxista utiliza em alusão ao
processo de expropriação do valor do trabalho do proletário efetuado pelo dono
dos meios de produção. Os operários nem mesmo sabem exatamente o lucro que seu
trabalho realmente gera, e são pagos valores extremamente abaixo do que
realmente produzem. A mais valia é, portanto, o principal segredo da produção
capitalista, assim como o principal mecanismo de exploração da classe
trabalhadora, e consequentemente, forte meio de conservação e perpetuação dos
privilégios da elite burguesa.
Apesar
de desenvolvida há vários anos, a teoria marxista ainda é muito atual em sua
análise ao capitalismo contemporâneo, já que ainda é possível definir as relações
sociais, econômicas e financeiras hodiernas a partir de tais conceitos. A luta
de classes é visível entre a burguesia e o proletariado atual, que continua a
ser subjulgado através da utilização de mecanismos como a mais valia, o qual permite
a perpetuação dos privilégios dos donos dos meios de produção a partir da
exploração dos trabalhadores, até os dias de hoje.
(http://www.outrafrequencia.org/2013/05/charge-mais-valia-will-tirando.html)
Lígia Lopes Andrade - 1º ano direito noturno
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