No filme Ponto de Mutação, um político frustrado, um poeta
melancólico e uma cientista em descrédito com o mundo se encontram e geram uma
fantástica discussão acerca do planeta, do homem, da natureza, do governo, do que
é abstrato e do que é real que culmina sendo um ponto de modificação para cada
um, gerando reflexões que os fazem reavaliarem seus próprios valores, suas
visões de mundo e até como se veem em relação à sociedade.
O filme gira em torno da questão do homem,
que apesar de ser uma criação da natureza, a destrói visando lucro, poder e recompensas
materiais. O homem vê o mundo como uma maquina, onde peças formam um todo que
funcionam mecanicamente, usando-o quando acreditar ser necessário. Mas o que dá
ao homem o direito de usá-la? A resposta é o poder, um direito não dito ou
estabelecido por nenhuma lei, o poder advindo do dinheiro que determina o que
será construído, destruído, pesquisado e descartado. Essa visão mecanicista
tirou a humanidade do próprio homem, em que todos conhecem os problemas
globais, todos sabem como o pensamento ecológico é necessário, mas todos
voluntariamente colocam em si mesmos uma venda para esses problemas, afinal a
própria política econômica nos ensina que o pensamento individual se sobrepõe ao
coletivo, e o pensamento econômico é infinitamente mais poderoso que o
ecológico.
De acordo com a cientista do
filme, a resposta está em uma palavra: renovação. Renovação de ideais, de
valores, transformar a consciência da população de que o mundo é um lugar
descartável, dar valor à vida humana e à natureza como um todo, cuidando do
planeta visando que este seja um local não nocivo para as gerações seguintes.
Esse tipo de sabedoria difundida na população emanaria um forte poder que seria
capaz de mudar todo o sistema pelo qual o planeta é regido.
Micaela Amorim Ferreira - Direito Diurno
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