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segunda-feira, 25 de março de 2013

Perspectivas

O filme 'O Ponto de Mutação', baseado na obra de Fritjof Capra de mesmo nome, é uma exposição de diferentes perspectivas sobre o mundo atualmente. Por motivos diferentes, uma física, um poeta e um político, frustrados consigo mesmos e com a sociedade, buscam refúgio numa ilha na França, se encontram e acabam por travar um discução sobre o motivo dos maiores problemas da sociedade atual. Voltando a Descartes e Bacon, a reflexão central é em torno dos principais problemas da sociedade (principalmente estadunidense): fome, miséria, violência, degradação ambiental, etc, e, para Sonia Hoffmann (a física), é necessária uma mudança drástica e imediada na forma de pensar de cada um. A todo momento, fica claro que as ideias mecanicistas de Descartes (fragmentação de toda ciência) não são inúteis, mas que foram importantes em seu tempo, e,  hoje, séculos depois, é importante romper com essa linha de raciocínio e propor algo novo, mudar o modo de pensar e assim mudar a sociedade. Os outros dois personagens, Jack Edwards (político) e Thomas Harriman (poeta), por outro lado, questionam a física sobre o lugar do homem na sociedade. Cada um com seu ponto de vista, os três personagens discutem se o pensamento de cada homem sobre a sociedade devia mudar e, se sim, de que forma isso deveria acontecer e de quem partiria a mudança. A física e o poeta, disilludidos com a política, acreditam (de maneiras diferentes) que nela esteja o principal ponto dos problemas sociais existentes, ja que os representantes políticos nao buscam realmente uma mudança pra melhor, mas sim pequenas mudanças que os tornem 'elegíveis'. Jack Edwards defende-se afirmando que não é possível propor uma mudanca drástica e ser eleito para pô-la em prática, já que não é possível mudar o ponto de vista de todos ao mesmo tempo.
O debate principal do filme gira em torno dessas questões, sem chegar efetivamente a uma conclusão, mas proponto uma reflexão sobre os pensamentos seculares que regem a sociade ainda hoje e que se mostram cada vez mais ultrapassados e estagnados.

Juliana S. Casagrande - Direito Diurno

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