O homem tem seus
questionamentos e suas angústias desde que o mundo é mundo e no filme Ponto de Mutação, que fora baseado na
obra de mesmo título do autor Fritjof Capra, retrata o encontro de três pessoas
que passam a compartilhar suas dúvidas, anseios e contrapor suas visões de
mundo.
Uma
cientista, um político liberal e um escritor, todos americanos que buscam
refúgio numa pacata ilha francesa medieval, três personagens com concepções
distintas que buscam respostas para os desenganos sofridos com o mundo que os
fizeram questionar a veracidade dos fatos. A física, Sonia, indaga o senador
americano sobre a forma como os políticos vêem a sociedade de forma geral, de
maneira unilateral e por isso cita Descartes, pois para ela o método cartesiano
é usado pelos mesmos. O método no qual se faz analogia a um grande relógio que deve
ser desmontado e entendido peça a peça de desta forma é capaz de se compreender
todo o funcionamento mecânico do mesmo. Para a personagem feminina do filme esta
visão mecanicista de mundo não pode ser aplicada, pois não é possível conceber
o mundo em partes e sim o oposto, a melhor observação é aquela do todo se
sobrepondo sobre as partes.
Por isso, as indagações
proferidas ao longo do filme direcionam a reflexão no mundo contemporâneo, pois
as críticas àquela visão mecanicista fazem perceber que o homem atual enxerga
sua sociedade em partes e não da forma conectada que a mesma se encontra. Apesar
da globalização que se reconhece e tanto se glorifica hoje, o ser humano não é
capaz de montar o quebra-cabeça porque apenas reconhece as peças separadas. E é
também isso que o político questiona a cientista, como se pode mudar essa
mecanização que se vivia e vive até agora. A resposta recebida foi de que só é
possível uma melhora nas relações humanas e na sociedade, quando o próprio homem
se tornar capaz modificar o jeito de pensar e enxergar o mundo.
O ser humano
se tornou nocivo para o planeta a partir do momento em que começou a se sentir
parte das engrenagens do relógio cartesiano e não conseguir mais conectar as
peças do próprio quebra-cabeça. Assim age conforme lhe é conveniente e não como
é melhor para o todo.
Camila Gabriele Pereira de Faria
1º ano Direito Noturno
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