O filme Ponto De Mutação( Mindwalk ) do diretor Bernt Amadeus Capra é permeado de críticas a perspectiva descartiana de ciência e da própria visão de mundo. A metáfora do relógio como a natureza/ o mundo social é essencial para se entender o debate central do filme; nesse objeto , para os personagens, está cristalizada a alma da teoria de Descartes sendo cada peça estudada por métodos racionais para se entender o inteiro de um relógio coeso e funcional. Assim,do mesmo modo a natureza e o plano social deveriam ser estudados racionalmente em seus mínimos planos perceptíveis,se criando teorias profundas e específicas cumulativas que proporcionariam uma visão geral do universo social e natural.
Todavia, a crítica da personagem Sonia Hoffman ( ex-física ) reside nessa visão ultrapassada de se estudar um fato isoladamente. Tal argumento se sustenta pelo olhar simplista e isolado descatiano, pois a vida biológica/física e social seria um conjunto de um mesmo fator, isto é , o universo estaria em uma constante interdependência de seus objetos .Deste modo, o estudo simplista de um fato isolado deixaria de compreender uma gama de conhecimentos , os quais seriam mister para, por exemplo ,se descobrir uma solução de um problema social .Assim , o método de Descartes estaria ultrapassado em uma realidade com sociedades em estado de frenesi de mudanças, nas quais políticas públicas isoladas não resolveriam os problemas contemporâneos no âmbito econômico e social.
Em suma, o filme nos demonstra as falhas apresentadas ao tratar a vida social,política e ambiental como problemáticas isoladas e não inter relacionadas. A obra sugere uma nova visão de mundo, mais unificada e inter relacionada para enfrentar uma realidade nova que é infinitas vezes mais complicada e incoesa que um simples relógio mecânico da metáfora de Descartes.
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