O filme
"Ponto de Mutação" é baseado no livro do físico austríaco Fritjot
Capra, onde nota-se a presença de questionamentos filosóficos acerca dos
grandes problemas mundiais como por exemplo a fome, a miséria, a crise
energética, etc. No filme, por meio da análise do pensamento de Descartes, a personagem
Sonia Hoffman critica a visão mecanicista do mundo em que a natureza é
comparada a um relógio, fazendo uma alusão entre políticos e ideias antiquadas.
Os
problemas ambientais mencionados no filme podem ser relacionados com o
pensamento do filósofo Francis Bacon. De acordo com o pensamento de Bacon, a
natureza deveria ser caçada, escravizada. Os cientistas deveriam torturá-la a
fim de obterem seus segredos. Portanto, a poluição hídrica, o efeito estufa, por
exemplo, seriam consequências da tortura do homem sobre a natureza. Para Capra,
seria necessário uma nova visão de mundo, onde os problemas globais fossem
analisados em conjunto e não de maneira fragmentada e independente. Há uma crítica
aos sistemas que encorajam a intervenção em detrimento da prevenção.
Nota-se a
crítica à política, representada na figura do senador Jack Edwards. Os políticos
são criticados, pois teriam visões de mundo mecanicistas, antiquadas,
incompatíveis com a visão holística de mundo proposta por Fritjot Capra. Há o
questionamento do senador em relação ao fato de as pessoas inteligentes não
votarem, o que evidencia o descrédito da população com relação à política além de
inferir que aqueles que são dotados de pensamento crítico desaprovam o ato de
votar.
Pode-se
concluir do filme que os grandes problemas ambientais são sistêmicos e que é
necessária uma nova visão de mundo que encoraje a prevenção em detrimento da
intervenção. A ciência moderna seria pautada pelo pensamento matemático
cartesiano, o que prejudicaria a análise de como convergiu a natureza. A
abordagem cartesiana da ciência não resolveria os problemas do mundo, apenas os
transfeririam de lugar.
Virginia B.M. de Carvalho-direito noturno
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