Para escrever o texto dessa semana, embasei-me num
acontecimento real, que, não obstante, não é incomum nos dias de hoje, já que
vivemos em uma sociedade com bases extremamente capitalistas e que isso,
infelizmente, afeta a todos, inclusive às crianças, que nascem e crescem num
ambiente promíscuo de valorização de dinheiro e que, pelos meios midiáticos são
influenciadas por propagandas tentadoras de brinquedos, viagens, revistas,
livros, CD’s etc.
Procedendo à história, fui ao banco com meu pai
resolver questões cotidianas, quando outro pai, com duas meninas crianças, entraram.
Estas começaram a brincar com os papéis de depósito quando uma diz à outra: “Toma,
seu cartão pra garantir mil reais de dinheiro!”. A companheira, provavelmente
irmã, responde: “Nossa, vou ficar rica, nem meu pai tem tudo isso de dinheiro!”.
Percebe-se um rastro do pensamento weberiano neste pequeno diálogo, que
parece-nos inocente, mas contém traços especialmente capitalistas, que já
pressupões um vínculo de empreendimento racional para a futura garantia de
propriedade, seja esta por capital, itens de beleza, carro importado, cartões
de crédito, viagens etc.
Mesmo não estando um vínculo claro da economia com o
Direito, é possível pressupô-lo em uma análise mais profunda. Isso se faz
mediante ao parentesco que ela tem com o pai, que por sua vez, garante a
herança às duas filhas, as quais, claramente, são expostas à todo tipo de
chantagem emocional, obviamente produzidas por elas mesmas, ao pai, mas que também
pode ser entendida como uma herança do capitalismo, que todos os dias mostra
suas garras entrelaçantes nos comerciais de televisão, rádio, jornais, revistas
e, principalmente, nas ruas, onde o movimento caracteriza lucro, giratória de
capital, mobilização das pessoas e da roda da economia.
É assim que Weber analisa a sociedade, porém de modo a
perceber diferentes dinâmicas de racionalização, que se expressam por caminhos
múltiplos, sejam elas a racionalidade material, formal, teórica e prática,
todas elas possuem uma significação específica, que se relacionam a intrínsecas
características da sociedade baseada na relação “Estado ßà Economia”.
Assim, a coação de pensamento, abstrata, é muito mais
forte, talvez, do que a material, física ou moral. Todos são influenciados e,
quando muito não percebem, coagidos a comprarem tais coisas mostradas no
comercial do mercado ou do shopping bem visto da cidade. São crianças, adultos,
idosos, pessoas naturais ou físicas que constantemente se dilatam em suas funções
sociais e passam a funcionar como aparatos econômicos para a sociedade, onde
servem e trabalham, bem como os trabalhadores (porém com menos sofrimento,
claro), para apenas conseguirem unir, ao fim de cada vida, o Direito à
Economia.
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