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segunda-feira, 16 de março de 2020

Uma nova maneira de pensarmos a ciência e a realidade

No filme "ponto de mutação", adaptação da obra do físico Fritijof Capra, uma das discussões apresentadas se relaciona fortemente com o relógio. Esse instrumento mudou a maneira como a humanidade enxerga a própria natureza. Em um dos momentos do filme, a personagem Sonia Hoffman, interpretada pela atriz Liv Ullmann, explica que os seres humanos começaram a comparar o funcionamento desse instrumento com a natureza, chegando à conclusão de que os dois teriam funcionamento muito semelhantes. Essa visão mecanicista faz uma analogia entre o funcionamento mecânico de um relógio e os fenômenos naturais, na qual ambos podem ser “desmontados”, “reduzidos a um monte de peças simples e fáceis de entender”, e, logo após isso, passamos a entender o objeto estudado.

Esse comentário presente no filme traduz uma das bases do pensamento científico. Ele foi consolidado a partir da Revolução Científica, movimento intelectual ocorrido na Idade Moderna e que contou com forte contribuição de pensadores como Galileu Galilei, Francis Bacon e Descartes e que ainda ecoa na atualidade.

No entanto, a partir do século XX, um pensador francês chamado Edgar Morin passa a tecer fortes críticas a essa forma de pensar o mundo. De acordo com uma de suas conferências realizadas nos anos 90, conhecida como “Por uma reforma de pensamento”, o autor defende é preciso que conciliemos esse modo de pensar mecanicista com um sistêmico. A razão dessa união seria o desenvolvimento de um pensamento “complexo”, (palavra que vem do latim e significa “que é tecido em conjunto”), ou seja, um pensamento baseado da Teoria dos Sistemas, em que cada parte dialoga com outra e se percebe como parte de um todo impossível de se separar, necessitando que a análise seja feita sempre em conjunto.

O motivo seria o fato de que a maior parte dos fenômenos naturais estão intimamente conectados e que ao tentarmos separá-los, a analise será rasa e inverossímil, afetando seriamente a produção de um conhecimento confiável.


Portanto, é preciso que se desenvolva na atualidade um pensamento que una, ou seja, um pensamento complexo. É preciso globalizar e contextualizar, situar num conjunto se houver um sistema. Na opinião do autor, essa reforma deve se iniciar nas escolas primárias e em pequenas classes, por meio de uma reforma educacional que reforme primeiro os espíritos e depois as instituições. 

DIOGO PERES TEIXEIRA - 1º ANO  DIREITO MATUTINO

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