O
filme “O Ponto de Mutação”, adaptação cinematográfica do livro homônimo do
autor austríaco Fritjof Capra, traz diálogos e discussões pertinentes a
atualidade. Apesar de citada no filme lançado há quase 30 anos, a questão dos
eleitores que preferem não votar, como a personagem Sonia, é destaque no
Brasil. Há ainda o caso dos que não direcionam seu voto a nenhum candidato,
utilizando-se dos recursos “branco” ou “nulo”. Apenas nas eleições de 2018,
aproximadamente 30 milhões de eleitores não foram às urnas.
Essa
situação ilustra fatores como o desinteresse da população frente as questões
políticas e, na maioria dos casos, a descrença no modelo político vigente, essa
era a visão de Sonia. Tal modelo, inspirado em uma visão cartesiana, vem
recebendo críticas há tanto tempo e ainda assim não se constata melhora no
cenário. Os políticos continuam a dizimar o meio ambiente e a população em nome
dos interesses de empresas e crianças continuam a morrer por desnutrição nos
países subdesenvolvidos. Após décadas de contestações, muitos cidadãos
esclarecidos não acreditam mais em promessas de mudança sem reforma no sistema
político.
De
certa forma, esse quadro é positivo, pois mostra que o sistema está sendo
questionado. Por outro lado, sabe-se que nos regimes democráticos,
teoricamente, o que tem poder para mudar a realidade são os resultados das
eleições. Se muitos não votam ou não opinam, a decisão de pouco prevalece da
mesma forma. Assim, a mudança desejada não ocorre.
O que
é pior: não votar e estar submetido as decisões alheias, ou votar mantendo o modelo
político predatório vigente? É uma pergunta que parece não ter resposta, mas decisiva
como várias das questões abordadas pelo filme. O fato é que a mudança no sistema
em que vivemos é urgente, seja no campo político, econômico ou social.
Felizmente, o poder de realizar o primeiro passo para a mudança está nas mãos
do eleitorado, e cabe a ele encontrar a melhor forma de fazê-lo.
Livia
Mayara de Souza Rocha – 1º ano Direito (matutino)
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