Total de visualizações de página (desde out/2009)

segunda-feira, 16 de março de 2020

Política em mutação


    O filme “O Ponto de Mutação”, adaptação cinematográfica do livro homônimo do autor austríaco Fritjof Capra, traz diálogos e discussões pertinentes a atualidade. Apesar de citada no filme lançado há quase 30 anos, a questão dos eleitores que preferem não votar, como a personagem Sonia, é destaque no Brasil. Há ainda o caso dos que não direcionam seu voto a nenhum candidato, utilizando-se dos recursos “branco” ou “nulo”. Apenas nas eleições de 2018, aproximadamente 30 milhões de eleitores não foram às urnas.
   Essa situação ilustra fatores como o desinteresse da população frente as questões políticas e, na maioria dos casos, a descrença no modelo político vigente, essa era a visão de Sonia. Tal modelo, inspirado em uma visão cartesiana, vem recebendo críticas há tanto tempo e ainda assim não se constata melhora no cenário. Os políticos continuam a dizimar o meio ambiente e a população em nome dos interesses de empresas e crianças continuam a morrer por desnutrição nos países subdesenvolvidos. Após décadas de contestações, muitos cidadãos esclarecidos não acreditam mais em promessas de mudança sem reforma no sistema político.
   De certa forma, esse quadro é positivo, pois mostra que o sistema está sendo questionado. Por outro lado, sabe-se que nos regimes democráticos, teoricamente, o que tem poder para mudar a realidade são os resultados das eleições. Se muitos não votam ou não opinam, a decisão de pouco prevalece da mesma forma. Assim, a mudança desejada não ocorre.
     O que é pior: não votar e estar submetido as decisões alheias, ou votar mantendo o modelo político predatório vigente? É uma pergunta que parece não ter resposta, mas decisiva como várias das questões abordadas pelo filme. O fato é que a mudança no sistema em que vivemos é urgente, seja no campo político, econômico ou social. Felizmente, o poder de realizar o primeiro passo para a mudança está nas mãos do eleitorado, e cabe a ele encontrar a melhor forma de fazê-lo.

Livia Mayara de Souza Rocha – 1º ano Direito (matutino)

Nenhum comentário:

Postar um comentário