No filme "O Ponto de Mutação" baseado no livro de Frijof Capra de 1982, dialoga-se a dicotomia racional experimental da ciência moderna e seus impactos na modernidade. Sendo está temática parte do conflito entre concepções microscópicas e macroscópicas que são conhecidas respectivamente como mecanicismo e sistemática.
Sendo a concepção mecanicista fundada por René Descartes baseada na racionalização da metodologia do conhecimento temos por resultado a fragmentação e especialização do saber, gerando um desconhecimento do conjunto e um "superconhecimento" da parte, resultando em uma alienação(na concepção marxista, uma vez que desconhecem o conjunto e seu papel na obra) ao diálogo externo à sua "caixinha".
Em oposição a estrutura microscópica o filme apresenta a concepção sistêmica em que o conjunto de fatos e fatores não são separados, mas sim unidos, gerando um panorama geral da realidade. Logo um fato não é apenas um fator mas sim resultado de um conjunto. Portanto solucionar problemas, dúvidas e condições não condiz apenas à parte atingida mas sim ao conjunto de atores que os solucionam ou os causam.
Em prol da concepção conflitante entre o mecanicismo e a sistemática ignora-se que a sistemática em sua conjectura abrange o conhecimento racionalista e o expande. Logo o relógio cartesiano não rege apenas o tempo, mas sim as relações por ele suplantadas, o armamento nuclear não é apenas uma arma mas um efeito no tecido social, etc. Em decorrência disso, a realidade distancia-se de pontos e contrapontos se tornando parte de um discurso amplo e expansivo em que os problemas são parciais e a solução total.
-Rafael Bashiyo Baz
-1º ano Direito - Matutino
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