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segunda-feira, 16 de março de 2020

ciência: uma moeda de dois pesos

 É possível analisar, na atualidade, como os conceitos devem ser relativizados e como é complexo, se não abstrato, chegar a uma verdade absoluta. O filme "O ponto de mutação" deixa isso bastante explícito ao demonstrar os diferentes pontos de apoio do pensamento científico, a evolução da racionalidade ao passar do tempo e a distinção nos modos de ser e de pensar de cada personagem quando comparada a outra.
 Ao unir um poeta, uma cientista e um candidato a cargo político, o enredo demonstra a heterogeneidade da sociedade contemporânea, na medida em que estes tem ideais distintos e expõem seus pensamentos ao se unirem em diálogos acerca de assuntos do mundo moderno.
 A racionalidade e a experiência também entram em pauta, em forma de uma discussão que remete a conceitos discutidos há vários séculos: à mecanicidade ou não da natureza, à visão dos organismos como partes de uma cadeia complexa e indispensável, à posição da mulher perante a vida social e seu papel na ciência, aos interesses e desenvolvimentos dos governantes em prol de interesses específicos e aos sistemas, no caso como vigente o capitalismo.
 Ou seja, tal produção cinematográfica pode ser usada como ponto de partida para uma ampla análise acerca do mundo contemporâneo, o que abre inúmeras discussões e reflexões, que podem ser tidas como indispensáveis para a evolução do pensar e para a busca de respostas que, ao menos no momento, possam ser tidas como mais verossímeis.
 Assim, o que fica concluído é que, apesar de todos os avanços já encontrados pela ciência e pela razão, o mundo ainda pode ser tido como uma folha em branco, que aguarda por descobertas e avanços, como forma de, possivelmente, guiar melhor os atores sociais em suas ações e, gradativamente, à maior racionalização de seus grupos sociais. Isso só poderá ser alcançado com a defesa do pensar crítico e pela fome de mais e mais conhecimento, como um motor responsável por nunca trazer a estaticidade, de modo que fique claro que a ciência é como uma moeda de dois pesos: ao mesmo tempo em que traz respostas muito almejadas, passa a considerar equivocados ideais que foram tidos como absolutamente verdadeiros e irrefutáveis, muitas vezes, por séculos, e isso é uma relação em cadeia, o que foi considerado verdade agora, pode ser desmentido amanhã, e vice-versa, e que podem ser vistos como positivos ou negativos, dependendo de como são usados e de quem detêm seu poder.

Maria Paula Castro Gonzaga
1° Ano-Matutino

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