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domingo, 23 de março de 2014

O Erro do Método

        O homem sempre teve o desejo de entender o mundo a sua volta. A necessidade de explicação sobre os fenômenos naturais, sobre a origem humana, entre outras coisas levou ao desenvolvimento de vertentes – sejam elas filosóficas, teológicas ou astrológicas – que possam esclarecer tais dúvidas.
        Foi no contexto da Idade Moderna que surgiu René Descartes com sua obra “Discurso do Método”. Nela, o filósofo apresenta sua metodologia criada para conduzir o pensamento a fim de se chegar a uma verdade incontestável. Para tanto, o recurso principal é o questionamento, ou seja, é preciso duvidar de todas as concepções acerca de qualquer assunto. Além disso, destaca-se também na obra a valorização do racional. Dessa forma, Descartes desconsidera as teorias baseadas no imaginário, a exemplo da astrologia.
       Em suma, Descartes tenta sistematizar a vida e entender completamente o mundo ao seu redor. É dessa característica que surge o adjetivo “cartesiano”, a partir da tentativa que equacionar as relações humanas. Nas palavras do filósofo: “tomei um dia a decisão de estudar também a mim próprio e de empregar todas as forças de meu espírito na escolha dos caminhos que iria seguir.”
       Contudo, é preciso destacar que os seres humanos, bem como as relações entre eles, não são regidas por qualquer lógica ou sistema que possam unificá-los. Não há uma verdade universal ou uma explicação que não possa ser contestada. Como disse o pintor Pablo Picasso: “Se houvesse apenas uma única verdade, não poderiam pintar-se cem telas sobre um mesmo tema.”
        A teoria de Descartes é importante na medida em que organiza o pensamento, mas talvez falhe quando busca a verdade, uma vez que essa não é única, ou seja, não é, necessariamente, a mesma para todos.

Ana Julia Pozzi Arruda, 1° ano direito diurno.

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