Logo...?
Certamente, após ser surpreendido por uma
tempestade e ficar todo encharcado e indagar o porquê do ocorrido, você não se
contentaria com um simples “Porque sim”, ou ainda, “Choveu porque São Pedro
quis!”. Há algum tempo, tais tipos de respostas não satisfazem mais a
humanidade, sedenta por explicações mais racionais.
Tal
sede manifestou-se de forma intensa em René Descartes, ainda no século XVI.
Conhecido na matemática pela sistematização do plano de coordenadas, o francês
não se alegrava com as réplicas já reveladas da teologia, da filosofia, das
superstições e dos escritos. Delas desconfiava com todas as suas forças.
Contudo, depositava fé no estudo do passado, pois este trazia valiosas lições.
Todavia, a busca pelo o que é verdadeiro
resultou em três máximas que regeram sua vida: obedecer às leis; ser o mais
firme e decidido; e vencer-se a si próprio. Como em um feixe de retas
convergentes, esses axiomas levam a rejeitar tudo aquilo em que pudesse supor a
menor dúvida. Mas seria realmente possível não tê-las? Para Descartes, sim, ao
passo que se toma como correto o caminho escolhido pela razão.
Como consideração final, a perseguição da
verdade iniciada pelo método cartesiano fez com que hoje possamos explicar a
chuva repentina pelo encontro de massas ou pela chegada de uma frente fria.
Entretanto, as coisas nessa vida não são de simples dedução como famoso cogito, ergo sum. Desejo, logo... Posso?
Devo? Sinto, logo... Sinto mesmo? Assim, descartando a área matemática, tudo é
permeado de dúvidas e incertezas.
Letícia Raquel de Lava
Granjeia – 1º semestre – Direito Noturno
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