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sábado, 31 de agosto de 2013

Influências da maquinaria na realidade do homem e de seu núcleo familiar

Como ponto de partida para o entendimento do texto, Marx nos explica e explicita a diferença dentro dos meios de produção. No que diz respeito às maquinarias, entendemos que a máquina é assim chamada por não possuir uma força motriz oriunda de esforços humanos, enquanto a ferramenta, outro muito utilizado meio de produção, diferencia-se da primeira por funcionar a partir do homem como força motriz. Desse entendimento, evoluamos a interpretação. Com o advento da Revolução Industrial temos um nítido desenvolvimento científico no sentido de construção de máquinas e elaboração de projetos que visavam um avanço cada vez maior dentro da cadeia de produção, culminando com um avanço cada vez mais largo dos lucros e, de acordo com Marx, da mais valia, no entanto, temos um segundo lado, a deterioração da relação homem-trabalho.
Uma leitura um pouco irônica cabe nessa “ode” à não tão revolucionária Revolução Industrial. Antes desse desenvolvimento desenfreado do nascimento das máquinas, no artesanato - até mesmo na manufatura - o homem era portador da força motriz de sua pequena ferramenta. Assim, poderia confeccionar seus objetos, de sua família e alguns objetos destinados ao comércio, para a obtenção de moeda que, mais tarde, seria utilizada para a compra de alimentos e afins que o núcleo familiar precisasse. Com a entrada das máquinas, vemos que essas passaram a fazer exatamente a mesma coisa que homem já fazia. O martelo continuava batendo no prego, a manivela rodando o moinho e a lã sendo tecida. A diferença dessas realidades encontra-se na força motriz, ou seja, se antes a força motriz utilizada era o homem, animal, ou forças da natureza – como vento, água, etc. - agora era a máquina e é nisso que se fundamenta a tão louvada “revolução”. Em essência, de nada muda o produto, apenas sua quantidade e seu tempo de confecção. A leitura irônica encontra-se justamente nesse ponto de termos “Revolução” como nome de um período que nada mudou a realidade de produtos, mas, inegavelmente, mudou a realidade só ser humano. Mas não para melhor.
É correto pensar que antes da máquina o homem, por ser dono de seu tempo, ser dono de sua ferramenta e, principalmente de suas escolhas, controlava a manufatura dos produtos. Após a Revolução Industrial temos uma nova adaptação. O homem passa a ser controlado, nítida e diretamente pela máquina. Sua velocidade deve servir à velocidade das esteiras que passam incessantemente,, os pregos devem ser pregados num ritmo certo e sem erros. A manufatura dos produtos que passa a controlar o homem, mesmo ele já não tendo primordial papel nesse processo por não ser mais a força motriz.
Analisando a parte “otimista” desse avanço industrial e evitando tocar, nesse momento, em repercussões e consequências sociais, podemos concluir, de maneira positiva, que de fato a produção aumentou, melhorou e otimizou. Essas novas máquinas, chamadas por Marx de maquinas-ferramentas – por não serem geridas pela força motriz humana e possuir, como parte de sua competência, a ferramenta utilizada, antes da Revolução Industrial, pelo homem somente – são agora, com o encaminhar dos avanços, autossuficientes no sentido de serem, basicamente, autogeradas, ou seja, automáticas. Inevitável reconhecer o avanço industrial presente nessa breve análise.
Entrando, agora, numa interpretação das consequências sociais, os avanços industriais repercutiram de maneira muitíssimo negativa nas vidas dos trabalhadores que acabaram virando escravos das máquinas e de seus detentores, que, numa ânsia de adquirirem infinitos lucros, acabam por usurpar, muitas vezes o controle pessoal de cada mão de obra considerada “não-pensante” das fábricas. Os núcleos familiares passaram a ser considerados “úteis” no sentido de que seu tamanho influenciava direta e infelizmente na obtenção do salário ao final de um ciclo fabril/febril de trabalho. Por não ser necessário o porte físico forte como utilização de força motriz das novas máquinas, mulheres e crianças também passaram a ser utilizadas nas jornadas de trabalho de duravam do nascer ao pôr-do-sol. Disso temos um desenvolvimento insustentável e constante que perdura e tem seus reflexos nos nossos tempos da destruição sociedade, seus valores, virtudes e núcleos, sejam profissionais, de amizade, mas, principalmente, familiares.


GRUPO
: Dalisa Aniceto, Juliana Galina, Lucas Barosi e Victória Iori
   A gênese da dialética

   Marx em sua obra O Capital, ao tratar da questão da técnica diante das determinações orgânico-naturais, busca fazer uma síntese sobre o papel dos avanços da ciência nos meios de produção.
   Quando escreve sobre os limites naturais, o autor demonstra a verdadeira impotência do homem em relação aos fenômenos da natureza, como o caso dos moinhos, que por funcionarem por rodas hidráulicas, causavam a limitação da produção do trabalho e a permanência do homem no campo, pois era onde o recurso estava disponível.
   No ponto das limitações orgânicas, Marx argumentava que devido ao não desenvolvimento contínuo do homem juntamente com as máquinas, chegou-se ao ponto limite da produção.Um exemplo disso seria a adaptação do tear para os pés, que demandava uma habilidade quase impossível de ser encontrada no ser humano.
   Em relação à transformação do trabalho humano, Marx descreve a passagem do homem que inicialmente era produtor, posteriormente se tornou uma mera peça da máquina e por fim, operador. Essa transição foi possível graças à invenção da máquina, que possibilitou a libertação em relação aos limites naturais, aumento da produtividade e diminuição do tempo de produção.
   Diante disso observou-se o aprimoramento dos meios de produção; se anteriormente a manufatura limitava a obtenção de capital, a maquinaria por sua vez trouxe a produção em massa, em detrimento da valorização do trabalho humano e da ordem social vigente.

Tema: A técnica diante das determinações orgânico-naturais.
Grupo: Cesar Felipe Simão Cano, Eduardo Matheus Ferreira Lopes, Renan Innocente, Thaís Ferrari Bastos e Vinícius Domingues.

Consequências de um divórcio

O livro "O Capital" ("Das Kapital"), de Karl Marx, consiste numa crítica à economia política capitalista. Uma forte crítica feita na obra é em relação a mais-valia, para Marx esta é agravada com a chegada da máquina e gera consequências diametralmente opostos para o burguês (dono dos meios de produção) e para o operário.
A partir da análise feita por Marx a respeito do desenvolvimento cada vez maior das fábricas e dos respectivos meios de produção, nota-se que aquele momento representou o ponto de cisão entre dois panoramas: o primeiro, no qual o trabalhador conhecia todas as etapas necessárias para a produção de determinado produto; e o segundo, no qual o trabalhador não passava de um operador de máquinas totalmente alienado em relação ao processo geral de produção. Toma-se conhecimento também da relação cada vez mais antagônica entre o trabalhador e o proprietário dos meios de produção. Um grande exemplo é a mais-valia, através da qual o operário sofre um aumento na jornada de trabalho, sem receber por isso um aumento proporcional em sua remuneração. Juntamente com o aprimoramento das máquinas, nota-se como já foi dito, um grande aumento na jornada de trabalho dos operários e a deterioração da qualidade de vida destes. E essa relação cada vez mais prejudicial em relação ao operário em seu meio de trabalho pode ser indicada como principal razão para o movimento de contrariedade manifestado por esses em relação às maquinas e seus patrões.
O divorcio entre o homem e os meios de produção ou as ferramentas de trabalho, mais especificamente, ocorrr a partir do momento em que sua atividade (do homem) nao passa de mera força motriz para o funcionamento da maquina. Ele apenas fornece força à máquina, que transforma matéria-prima em objeto. E a força humana ainda pode ser substituída por outras forças, como hidráulica, dos eólica, entre outras, distanciando mais ainda ele dos meios de produção.
Por fim, podemos concluir que obviamente esses fatores acarretariam em revolta por parte dos trabalhadores. A primeira forma de resistência tem início com o inglês Ned Luddman com o lema "Quebrai as máquinas.", mas os capitalistas aliados ao Estado reprimiram o movimento alegando que violava a propriedade privada. O segundo momento foi a montagem de sindicatos e a realização de greves, porém como a massa de desempregados era cada vez maior - a máquina substituiu boa parte da mão-de-obra empregada - os grevistas eram demitidos e substituídos. Por fim, tivemos a proposição de uma nova sociedade, o socialismo; inicialmente tivemos os socialismo utópico, como o de Robert Owen (coletivização de sua fábrica) e o deCharles Fourier ("Os Falanstérios"), e depois o socialismo científico/real formulado pelo Marx em união à Friederich Engels.


André Mateus Pupin, Bento Salgado, Bruno Leme, Caio Minoru, Gabriel De Bonito, Leonardo Mussin e Lucas Surjus.

A Máquina e a Nova Dinâmica da Família

      De acordo com o pensamento de Marx, o surgimento da Indústria Moderna, fez com que o Capital se apropriasse de formas suplementares de trabalho, como a de mulheres e crianças, isso porque com o emprego da maquinaria a força muscular se tornou uma característica supérflua, colocando assim todos os membros da família para trabalhar. Desse modo repartiu o valor do trabalho do homem adulto pela família inteira, fazendo com que a exploração aumentasse e o trabalho do homem adulto fosse desvalorizado. O declínio dos salários fez com que todos os integrantes da família tivessem que trabalhar para poderem se sustentar. Com isso, o homem deixa de vender sua força de trabalho para vender a de sua mulher e seus filhos, ou seja, torna-se um traficante de escravos.
      Uma das principais consequências desse fato é o aumento da mortalidade infantil nos primeiros anos de vida devido à falta de cuidado com as crianças pelo fato das mães trabalharem fora de casa, especialmente nas fábricas capitalistas. Muitas vezes, mesmo as leis criadas para proteger crianças e adolescentes, eram facilmente burladas, como a que limitava o trabalho de meninos com menos de 13 anos de idade, em que os médicos escreviam atestados aumentando a idade das crianças para que elas pudessem trabalhar por mais de 6 horas. Outro exemplo foi a criação da lei fabril que previa a instrução elementar de menores de 14 anos para so assim poder emprega-los, a qual sofreu oposição dos fabricantes que usavam de trapaças para burla-la.

Bianca Bastos, Emmanuelle Nasser, Felipe Rotolo, Guilherme Reis, Leonor Rabelo e Rodrigo Nadais - Direito Noturno

Efeito dominó: escala industrial

Marx já diria que a máquina motriz atua como força motora de todo mecanismo. Mecanismo esse que antes era regido pelo homem. Do artesão ao operador, da mano à maquinofatura, o salto onde a técnica prevaleceu para vencer as barreiras orgânicas, os limites do homem, do artesão, da manofatura, e as barreiras naturais, impostas pelo ambiente, pelo condicionamento das fontes de energia, do filete de água que faz a roda d´água girar.
A técnica aprimorava as máquinas, dotadas de uniformidade, de harmonia e de força. Essa técnica então fez com que a máquina se desenvolvesse, evoluísse, gerando assim um enorme efeito dominó. A máquina "x" evoluía, a máquina que fabricava peças para a "x" vinha então a evoluir, a máquina que arrematava o que a "x" fabricava se via na obrigação de evoluir, e essa cadeia, esse dominó era a evolução gerando mais evolução.
Ainda assim, com toda evolução, as máquinas em certo momento se desgastariam, estragariam, necessitando de reparos, que claro, demandariam capital para tais reparos. O produto então fabricado pela máquina "x" passava a valer o seu preço mais o preço do desgaste da máquina, para que esse desgaste fosse pago automaticamente, sem prejuízos ao industrial, numa espécie de valor agregado.
E nesse efeito dominó, nessa evolução geratriz de evolução, o homem se viu cada vez mais excluído pela técnica, vencido pela máquina, mais harmônica, mais forte e que pagava seu próprio desgaste. Aquele que antes era a força, passou a somente operar a detentora da força.

Postagem sobre a temática "A técnica diante das determinações orgânico-naturais" 
Integrantes: ANTÔNIO ROGÉRIO LOURENCINI, JOÃO PAULO GABRIEL BRAGA DE OLIVEIRA, LEONARDO DE MORAIS OLIVEIRA LIMA, MARCELO FERREIRA ROSA FILHO, WEBER PASSOS DOS SANTOS

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

A máquina é o lobo do homem

     “Cérebro”, “mãos”, “parafuso”: eis as marcas do processo de divórcio entre o homem e seu instrumento de trabalho que se intensificaram com a evolução do sistema capitalista.
     Cérebro. Nos primeiros processos de produção eram os próprios trabalhadores que criavam e desenvolviam artesanalmente o produto final, sendo assim o ápice da união entre o homem e sua criação. Mãos. Na manufatura o trabalhador era caracterizado apenas como um tipo de força motriz, sendo comparado assim à tração animal, ao vento e até mesmo à água, não participando do processo criativo do produto.
    Parafuso. Na maquinofatura a força humana já não importa mais, tampouco sua capacidade criativa. Esse é o ponto máximo de coisificação do homem e divórcio com seu instrumento de trabalho. Nessa etapa o cérebro deixou de ter importância, aliás, muitas vezes este nem sabia o que estava sempre produzido, demonstrando assim a completa submissão do homem pela máquina.
   O pensamento egocêntrico do capitalista burguês transformou proletários, parafusos e engrenagens em cifras se multiplicando a todo vapor, sendo esta busca incessante pelo lucro severamente criticada por Karl Marx em sua obra “O Capital”. A mais valia é primordial nessa etapa, passando por cima de qualquer obstáculo, suprimindo até mesmo as necessidades humanas para transformar os trabalhadores em peças para as máquinas, como salientava Marx. A luta pelo lucro de uns desencadeou na luta pela sobrevivência de outros. A máquina tornou-se o lobo do homem.




Tema: Divórcio entre o homem e seu instrumento de trabalho.
Integrantes: Ana Carolina Alberganti Zanquetta, Camila Gabriele Pereira de Faria, Daniela Nogueira Corbi, Elisa Kimie Miyashiro e Giovanna Gomes de Paula.