“Pedro Novais, ex-ministro do Turismo, pediu demissão dia 14/09/11 por utilizar o servidor Adão dos Santos Pereira que trabalhava como motorista da mulher do ministro, Maria Helena de Melo, 65, que é funcionária pública aposentada e não trabalha no Congresso.
Além disso, Novais pagou com verbas da Câmara o salário da governanta de seu apartamento por mais de sete anos, quando exercia mandato como deputado. A empregada Doralice Bento de Sousa, 49, recebia como secretária parlamentar, mas trabalhava no apartamento de Novais. Este ano, quando Novais virou ministro, ela deixou de ser governanta e foi contratada como recepcionista por uma empresa terceirizada do Ministério do Turismo.”
Essa notícia aconteceu na semana passada, mas esse mesmo ex-ministro tem outros precedentes de casos semelhantes a esses apontados acima. E isso é só mais um exemplo do que muitas vezes acontece ao nosso redor.
Max Weber busca delimitar o a fronteira entre o direito público e o direito privado, mas cada vez mais podemos perceber que essas duas esferas se confundem. É nítido analisarmos uma esfera dentro da outra. Nesse caso mesmo, é o privado dentro da esfera pública? Ou é a utilização do que é público na esfera privada?
Utilizar o dinheiro público em situações da vida privada é uma falta de respeito com o povo, que paga impostos para suprir as necessidades do governo e sempre descobre falcatruas com o dinheiro arrecadado.
Analisando novamente essa mesma reportagem, podemos ver o poder político como poder econômico privado – patrimonialismo, que é o tratamento do que é publico como patrimônio privado.
Engraçado verificar que a sociedade pouco se responsabiliza pelas coisas públicas, como, por exemplo, a luta por uma educação pública melhor, ou então defender a escola pública. É comum encontrar pessoas que sempre culpam o Estado pela situação em que o país está e se esquece de que são elas mesmas que devem lutar por um Estado melhor. A liberdade pós-moderna é a hipertrofia do privado, “o indivíduo deve poder fazer o que quer e poder não querer se preocupar com as coisas públicas”, diferentemente da liberdade antiga que era poder participar e opinar na vida pública.
Devemos tentar distinguir essas duas esferas em certos casos, mas há situações que são indistinguíveis, como a luta por uma educação melhor ou pela transparência da política, e que necessitam partir de nós cidadãos particulares que precisamos nos preocupar mais com a vida pública.
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