Ao contrário de pensadores anteriores, como Comte e
Durkheim, Max Weber defende a importância da ação individual em relação a todo
corpo social. Para ele, ao analisar sistemas coletivos, como o Estado, é imprescindível
que esteja em foco a ação social proveniente dos indivíduos e, a partir disso, que
sejam estudadas todas as possibilidades de sentido que tal ação pode ter.
Weber lista quatro tipos de ação social que podem ditar
os rumos de uma sociedade. A
primeira é a racional com relação a um objetivo: o ator possui um propósito e diante
disso, age até que os meios culminem para esse fim. O segundo tipo é aquela com
relação a um valor. Nessa ação, o ator prioriza suas crenças e valores mesmo
diante das prováveis consequências negativas que podem resultar de seus atos. A terceira ação é a emocional, motivada pelas
paixões do indivíduo. Por fim, temos a ação tradicional, a qual corresponde a
um agir guiado por hábitos, costumes e crenças.
Com base no Compreensivismo,
o pensador contraria o materialismo histórico de Karl Marx por acreditar que
uma ciência empírica não é capaz de esclarecer todas as normas estabelecidas em
sociedade e suas variações. Enquanto Marx expõe que todas as ações são moldadas
apenas pelo modo de produção, Weber rejeita a ideia de que toda a realidade
histórica possa ser explicada por uma mesma causa. Seus estudos indicam que os
sentidos das ações são complexos e acabam desmentindo a dominação total de uma
classe.
Ademais, é possível
interpretar o pensamento de Weber como um aprofundamento das ideias de Marx no
que se refere às influências da cultura, valores e crenças na economia e não só
no protagonismo do sistema econômico ao interferir nos outros órgãos sociais.
Concebe-se esse pensamento pertinente quando se observa diversas lutas como a das
mulheres e dos homossexuais, as quais, apesar de serem muitas vezes invadidas
pelo capitalismo, ultrapassam o campo de luta de classes e representam valores
muito mais abrangentes que o econômico.
Felipe Pereira Polesel
Direito Matutino
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