Situar o homem no mundo, possivelmente, seja das
tarefas mais árduas para o intelecto humano. Atribuir significado à existência
humana, no entanto, em um mundo marcado por contínuas vicissitudes é fenômeno
indelével à ciência sociológica. Nesse sentido, cabe estabelecer um paralelo
entre o pensamento de Max Weber, que preconiza, sobretudo, o estudo das ações
individuais e o poema “A Máquina do Mundo” de Carlos Drummond de Andrade, considerando
o poema mais significativo da história da literatura nacional, e que possui
como condão principal a visão do homem moderno, em sua intimidade, para com o
mundo. Dessa forma, o presente texto, ainda em que pese a ausência de rigor
cientifico, propõe-se a analisar, de forma exígua, o poema em questão à luz do
pensamento de Weber, em suas oposições e similaridades.
O
homem que “exausta de mentar” em “A Máquina do Mundo” é o mesmo que endossa por
meio de sua individualidade os caminhos que instituições irão percorrer no
tecido social, e que de ali em diante irá ponderar os valores de acordo com sua
equidade. Os versos “O que procuraste em
ti ou fora de / teu ser que nunca se mostrou / [...] que se consumia numa
pesquisa ardente” revelam o momento em que o eu-lírico renega ao que lhe é
oferecido pela máquina do tempo, justamente, por constatar as ilusões e
instabilidades daquilo que lhe é ofertado. Uma nova ação racional fora lhe apresentado,
porém, ao reconhecer que não atingiria seu objetivo.
O
eu-lírico drummondiano ao deparar-se com a máquina do mundo executa,
essencialmente, aquilo que fora delineado por Max Weber, ao analisar o objeto e
refuta a oferta “gratuita” que se abria, por não se considerar apto a abarcar
àquilo que fora oferecido, analisando os fatores expostos, dando relevo a acontecimentos
e conexões mentais anteriores em sua epifania e vislumbrando a “constelação de
possiblidades” para o futuro, que a recusa iria lhe causar.
Dessa
forma, ainda que em linhas gerais, percebe-se a relação existente entre Weber e
Drummond, na medida em que dialogam sobremodo no tocante ao que há de mais íntimo
na ação humana, com vistas a evitar “sem roteiro triste périplos”
Paulo Henrique Lacerda – 1º Ano de Direito - Diurno
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